Serenata na Sé Velha festeja classificação de Coimbra como Património Mundial

Mais de mil pessoas estiveram presentes na serenata que começou à meia-noite na escadaria da catedral e que foi organizada nas redes sociais.

Foto
Ao contrário das serenatas como a da fotografia, a da última noite foi feita sem microfones Sérgio Azenha/arquivo

Mais mil pessoas concentraram-se na noite de sábado no Largo da Sé Velha, em Coimbra, para assistirem a uma serenata para festejar a inscrição da Universidade e Rua da Sofia na lista de Património Mundial.

A serenata, que teve início à meia-noite, na escadaria da catedral (também ela, como a praça que lhe deve o nome, integrada na área classificada pela UNESCO) foi “organizada de forma espontânea”, essencialmente através das redes sociais, por músicos e cantores de Coimbra, ao meio da tarde, disse, à agência Lusa, um dos promotores da iniciativa.

Aos músicos e cantores de Coimbra promotores da iniciativa pareceu-lhes que “era necessário celebrar” a decisão da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) de classificar a Universidade Alta e Rua da Sofia como Património da Humanidade, e que “uma de melhores maneiras” de o fazer seria com uma serenata, explicou José Manuel Vilhena, um dos participantes no espectáculo.

“Tanta gente que se reuniu aqui sem convocatória, para comemorar” a decisão da UNESCO, sublinhou, no final da serenata, o reitor da Universidade de Coimbra (UC), João Gabriel Silva. Afirmando-se “muito sensibilizado” pela espontaneidade com que as pessoas aderiram a esta festa e o modo, igualmente espontâneo, como ela surgiu, o reitor salientou que o reconhecimento da Universidade como Património da Humanidade “não pode ser encarado como um fim, mas um princípio”.

Vários anos depois, “voltou a fazer-se uma serenata na Sé Velha sem microfones”, comentavam, no final do espectáculo, alguns dos intérpretes, elogiando as condições acústicas do largo e sublinhando que faltaram “os microfones porque não houve tempo nem condições” para instalar ali equipamento sonoro.

A festa oficial para assinalar a classificação da Universidade Alta e Rua da Sofia como Património Mundial será na tarde de domingo, às 16h00, na Baixa da cidade, na Praça do Comércio, vulgarmente conhecida por Praça Velha, recordou, no final da serenata, o reitor João Gabriel Silva.

A UC foi classificada no sábado pela UNESCO Património Mundial da Humanidade, tornando-se no 16.º local com esta classificação em Portugal. O Comité do Património Mundial, reunido no Camboja, deliberou que o bem “Universidade Coimbra, Alta e Sofia”, proposto por Portugal, possuía inquestionável valor universal excepcional e que merecia ser classificado como Património de toda a Humanidade, referiu o Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), em comunicado.

A candidatura a Património Mundial foi preparada pela UC, em parceria com a Câmara Municipal de Coimbra e outras entidades locais. A Universidade de Coimbra junta-se, assim, à lista de 15 locais já classificados pela UNESCO em Portugal, que inclui os centros históricos de Angra do Heroísmo, Évora, Porto e Guimarães.

Portugal tem como património mundial o Mosteiro da Batalha, Mosteiro de Alcobaça, o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, bem como o Convento de Cristo, em Tomar. Na lista está ainda a Paisagem Natural de Sintra, os sítios pré-históricos de Arte Rupestre do Vale do Rio Côa e de Siega Verde, a Floresta Laurissilva da Madeira, o Alto Douro Vinhateiro, a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico e a maior fortificação abaluartada do mundo, em Elvas, como património mundial da UNESCO.

 
 
 

Sugerir correcção
Comentar