Professor Lazhar

Mais um exemplo de filme como projecto de Spa emocional. Ou: tocar em “temas” ao de leve para não causar dor, servir o consenso e atingir o consolo. Boas intenções a partir da peça de Evelyne de la Cheneliere, realização do canadiano Philippe Falardeau, nomeação ao Óscar de filme estrangeiro em 2012, o ano de Uma Separação, de Asghar Farhadi. Passa-se numa escola de Montréal, onde o suicídio de uma professora deixou a turma devastada. Entra em cena Monsieur Lazhar, um daqueles professores carismáticos com métodos menos convencionais - dos mais recentes, o mais memorável foi o François Marin/François Bégaudeau de A Turma, de Cantet. O melancólico Lazhar (Mohammed Fellag) é argelino e tem fantasmas na sua vida, mortes familiares violentas em Argel. Está em risco de ser deportado, também. Uma coisa e outra - o suicídio, as perdas de Lazhar - são tratadas como temas que se amparam, que se confortam. O tom é paternalista e descritivo, não se mete com a malaise da suicida e não deixa que cresça a ambiguidade que possa haver em Lazhar.

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