É o Lisboa Capital: jornal, concertos e tertúlias para agitar Abril

Um jornal, espectáculos, música, filmes e tertúlias, com epicentro no Cais do Sodré, em Lisboa. Começa quinta, vai até domingo.

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Há cinco anos teve início o Lisboa Capital, República, Popular!, um acontecimento que resulta de várias actividades multidisciplinares, inspiradas no ideário de Abril de agitação e de reflexão sobre a realidade mais urgente do país.

Este ano a iniciativa está centrada em três vectores – a edição de um jornal, com direcção editorial do jornalista João Pacheco, espectáculos e tertúlias. O jornal é organizado à volta da ideia “palavra de rua” e congrega textos de Jorge Silva Melo, Pilar del Río, Rui Zink, Miguel Gonçalves Mendes ou Raquel Freire. Com uma tiragem de 11 mil exemplares pode ser adquirido gratuitamente em quiosques da Avenida da Liberdade, Chiado, Marquês e Cais do Sodré, e em pontos da vida cultural da cidade.

Amanhã, quinta-feira, a partir das 22h30, acontece o primeiro de quatro espectáculos que reafirmam a força da música e da imagem enquanto veículo de intervenção, com canções do período da ditadura no Brasil, interpretadas por um colectivo de cantores como Márcia, Jorge Palma, Afonso Cabral ou Luanda Cozetti e músicos como Alexandre Frazão, Flak e Norton Daiello.

Na sexta, no espaço Povo, também no Cais do Sodré, pelas 19h, acontece a primeira tertúlia sob o lema A Palavra na Rua, com o rapper Chullage, o poeta Miguel-Manso e o designer e artista Miguel Januário, com moderação do jornalista Nuno Miguel Guedes, que tratarão de reflectir sobre o que se lê, ouve e escreve no espaço público, enquanto exercício de expressão e contestação. Depois, no MusicBox, pelas 22h30, acontece uma sessão especial do Slam Lx, uma noite onde a palavra é que manda, dita por poetas, slammers, escritores conhecidos ou anónimos.

No sábado, às 19h, no Povo, a historiadora Irene Pimentel, o jornalista José Vítor Malheiros e a realizadora Raquel Freire, sob moderação de João Pacheco, reflectirão sobre novas formas de censura, liberdade de expressão e a necessidade de os media serem pontos de reflexão e de aproximação entre os cidadãos.

Depois a festa faz-se ao ar livre (Rua Nova do Carvalho, no Cais do Sodré) com Canto livre, um espectáculo de jovens autores e intérpretes portugueses como Manuel Fúria, Tomás Wallenstein (Capitão Fausto), Alexandre D’ Alva Teixeira, David Jacinto (TV Rural), Diego Armés (Feromona), José Anjos ou Jónatas Pires (Pontos Negros).

No domingo, pelas 22h, numa tela disposta ao ar livre, também na Rua Nova do Carvalho, será exibido o filme clássico O Couraçado Potemkin do russo Eisenstein, musicado ao vivo pelo Rodrigo Amado Eye. O filme acaba por mostrar uma rebelião a bordo de um navio de guerra, servindo de reflexão sobre o poder colectivo que caracteriza as revoluções populares.
 
 
 
 
 
 

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