ONU fecha centros de distribuição de comida em Gaza depois de ataque

Grupo de palestinianos invadiu escritório da organização a exigir o restabelecimento de um subsídio mensal para as famílias em necessidade.

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Centros só voltam a funcionar quando estiverem garantidas condições de segurança para os trabalhadores da ONU Fabrizio Bensch/Reuters

As Nações Unidas suspenderam a distribuição de comida a cerca de 25 mil refugiados palestinianos na Faixa de Gaza depois de um ataque de manifestantes contra um centro da organização.

Na quinta-feira, dezenas de pessoas entraram à força num escritório da agência da Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA), a exigir o restabelecimento de um subsídio mensal em dinheiro para as famílias pobres. Este tinha terminado na segunda-feira por causa dos cortes no orçamento da UNRWA, que apoia cerca de 800 mil palestinianos em Gaza, através de escolas, serviços médicos e distribuição de comida.

Os manifestantes foram forçados a sair pelos serviços de segurança das Nações Unidas, que afirmaram, num comunicado horas mais tarde, “compreender perfeitamente as consequências da decisão de suspender a ajuda a alguns beneficiários”.

“As manifestações da semana passada já tinham obrigado a UNRWA a fechar vários dos seus centros e a situação agravou-se com os acontecimentos de hoje [quinta-feira]”, prossegue o documento. Todos os centros de apoio e distribuição permanecerão por isso encerrados até que haja garantias de segurança.

“Encontramo-nos numa situação verdadeiramente lamentável, na medida em que a distribuição de alimentos  abrange actualmente 25 mil refugiados por dia, mas não podemos tolerar ameaças constantes aos nossos funcionários”, explicaram as Nações Unidas.

Sami Abu Zuhri, porta-voz do Hamas (no poder na Faixa de Gaza), disse que o partido condena qualquer acto de violência contra a UNRWA mas considera “injustificada” a decisão de fechar centros de distribuição de comida. “Quando a administração da UNRWA pediu a intervenção das forças de segurança palestinianas elas chegaram e acabaram com o caos”, disse. “Pedimos à UNRWA para repensar a decisão.”

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