François Hollande nomeia para director do Museu do Louvre um homem da casa

O historiador de arte Jean-Luc Martinez era já apontado como o favorito para dirigir o museu mais visitado do mundo.

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Jean-Luc Martinez era até agora o responsável pelo depelo departamento das antiguidades gregas, etruscas e romanas do museu AFP

Não é estrangeiro, como se chegou a supor na imprensa, nem é um nome desconhecido da instituição francesa. O escolhido para substituir Henri Loyrette na direcção do Museu do Louvre, em Paris, foi o historiador francês Jean-Luc Martinez, responsável desde 2007 pelo departamento da antiguidade clássica.

O anúncio foi feito esta manhã no Twitter do museu mais visitado do mundo, avançando apenas que o nome de Jean-Luc Martinez, de 49 anos, foi uma proposta da ministra da Cultura francesa, Aurélie Filippetti.

Segundo o Le Figaro, o primeiro jornal a dar a notícia esta manhã, Jean-Luc Martinez concorria ao lugar que Henri Loyrette ocupou durante 12 anos com Sylvie Ramond, directora do Museu de Lyon, e Laurent Le Bon, director do Centro Pompidou-Metz. Os três nomes eram nos últimos dias apontados como os preferidos da instituição museológica, sendo que Jean-Luc Martinez se destaca por ser o “homem da casa”.

Formado em História, Jean-Luc Martinez foi membro da Escola Francesa de Atenas, uma das mais distintas escolas de investigação de todo o mundo, entre 1993 e 1996. Em 1997 chegou então ao Museu do Louvre, onde ficou como conservador, responsável pela escultura grega. Deu aulas na Escola do Louvre e em 2007, dez anos depois de ter chegado ao museu, foi nomeado director do departamento das antiguidades gregas, etruscas e romanas.

O historiador de arte e arqueólogo Jean-Luc Martinez assumirá o cargo de director do museu já este mês, uma vez que Henri Loyrette, com 60 anos, termina o seu mandato a 14 de Abril. Loyrette anunciou em Dezembro do ano passado que tinha chegado o momento de sair.

Quando, em 2001, Henri Loyrette assumiu o cargo de director do Louvre, o museu tinha registado a marca das 5,1 milhões de visitas. Em 2013, o francês abandona a direcção com a marca histórica de quase dez milhões de visitas no último ano.  

Foi durante os seus mandatos que o Louvre começou a abrir portas à arte contemporânea e a receber obras de nomes tão conhecidos como Cy Twombly, Anselm Kieffer e François Morellet, graças a uma política activa de mecenato.

Saindo em 2013, Henri Loyrette já não acompanhará o desenvolvimento daquela que foi uma das suas decisões mais controversas: a construção de um pólo do Louvre em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. As obras de construção do pólo, num edifício assinado por Jean Nouvel, deverão arrancar finalmente este ano, depois de sucessivos adiamentos. O Louvre de Abu Dhabi resulta de um protocolo a 30 anos estabelecido com o Governo francês. O novo edifício, com um custo estimado entre os 80 e os 110 milhões de euros, terá uma área de 24 mil metros quadrados.

Para a história do museu sob a direcção de Henri Loyrette fica também a inauguração, no último mês de Setembro, da ala dedicada à arte do Islão, e, já em Dezembro, a extensão do Louvre em Lens, no norte do país.

Há cerca de duas semanas, quando se encontrou com o presidente François Hollande, Loyrette mostrou-se tranquilo com a decisão tomada e confiante em relação ao futuro do museu. “Estou feliz por passar ao meu sucessor uma instituição que funciona, com equipas de trabalho notáveis”, disse então o francês, garantindo que o Louvre “está de boa saúde” e precisa agora de “encontrar soluções inovadoras para fazer face às restrições orçamentais”, sem deixar de “permanecer aberto ao mundo”.

Jean-Luc Martinez ainda não reagiu ao anúncio.

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