Gazela: onde tudo o é na totalidade

Fotogaleria

Um matemático chamar-lhe-ia o “Paradoxo da Gazela”: o funcionário pede três, quatro, dez cachorros, sempre “na totalidade”. Quando chegam à mesa, vêm partidos. São uma espécie de sushi português. Em pedaços mais pequenos, o sabor vem a dobrar. Vem na totalidade. Quem entra pensa estar perante uma assembleia: o balcão é um hemiciclo. Mas a Gazela é mais um comício: toda a gente observa o que se faz dentro do balcão. Fritam-se batatas, temperam-se bifes, produzem-se cachorros em série. Até aqui, tudo normal. A arte está em fazer tudo isto, sem olhar. “São precisos mais cachorros?” Não, estamos satisfeitos. Na totalidade. João Nogueira Dias