Governo fecha venda do BPN Cabo Verde ao BIC Angola por 30 milhões

Foto
Mira Amaral e Fernando Teles, dois dos principais responsáveis do BIC Rui Gaudêncio

O Governo português, através da Parparticipadas, um dos veículos criados para absorver activos do BPN após a sua nacionalização, assinou nesta terça-feira o contrato de venda do BPN IFI (Cabo Verde) ao angolano Banco BIC por 30 milhões de euros.

"Foi hoje celebrado o contrato-promessa de compra e venda de acções, tendente à alienação do Banco Português de Negócios (IFI), S.A. (BPN IFI), sedeado na cidade da Praia, Cabo Verde", lê-se num comunicado emitido pelo Ministério das Finanças, acrescentando que "a conclusão do negócio está dependente da obtenção das autorizações administrativas aplicáveis".

Este comunicado confirma a notícia e os valores avançados pelo PÚBLICO, a 1 de Março.

Após a nacionalização do BPN, em 2008, o BPN-IFI ficou integrado nas sociedades-veículo estatais (Parvalorem, Parups e Parparticipações) que assumiram os "activos tóxicos" do banco que foi entretanto privatizado. Em 2012, o Estado vendeu ao BIC Portugal 100% do BPN por 40 milhões de euros, mais 10 milhões do que o BIC Angola pagou pelo BPN-IFI Cabo Verde.

O BIC Angola, liderado por Fernando Teles, já tinha solicitado autorização às autoridades cabo-verdianas para ter uma licença de abertura de um banco comercial no arquipélago africano. A entrada do BIC no mercado financeiro cabo-verdiano inscreve-se na estratégia de expansão nos mercados africanos, designadamente na Namíbia e no Zimbabwe.

Angola está já presente no mercado cabo-verdiano através da Sonangol (que tem 38% da Enacol, parceira da Galp), do Banco Africano de Investimentos (BAI) e da Unitel. A Sonangol possui ainda 5% da CV Telecom, uma associação com a PT, e é o maior accionista do BAI. Já a Unitel controla a operadora móvel cabo-verdiana T+, a que está ligada Isabel dos Santos.

Sugerir correcção
Comentar