Dez anos de prisão para “hacker” que expôs Scarlett Johansson

Tribunal norte-americano de Los Angeles condenou Christopher Chaney, que violou contas electrónicas de outros famosos da música e do cinema

Christopher Chaney exercia uma actividade ilícita e que Hollywood temia. Violava contas de email e telefones de nomes famosos do mundo do espectáculo e do cinema e, dessa forma, ficava na posse de intimidades e segredos. Por vezes, roubava fotos. Apanhado e julgado, vai cumprir dez anos de prisão.

Chamaram-lhe o homem que hackou Hollywood, um hackerazzi, entre outros nomes. Christina Aguilera, Mila Kunis, Renee Olstead também se viram envolvidas nas actividades ilícitas de Christopher Chaney, 35 anos, que se apropriava de informação financeira e mesmo argumentos cinematográficos graças aos seus conhecimentos informáticos.

O grande público ficou a conhecer as suas actividades sobretudo a partir do momento em que fotos íntimas de Scarlett Johansson, algumas em que a actriz era vista seminua, caíram no domínio público. A actriz, de 28 anos, afirmou-se "humilhada e envergonhada" com as consequências. "Julgo que a actividade de Chaney é a de um pervertido", declarou durante o julgamento. No seu depoimento final, gravado em vídeo, a actriz surge chorosa com a violação de privacidade de que foi vítima. Foi ela em quem apresentou queixa às autoridades federais.

Além dos dez anos de prisão, Chaney foi também condenado a pagar 76 mil dólares a Johansson, Aguilera e Olstead. O arguido, natural de Jacksonville, na Florida, declarou-se culpado em Março, na tentativa de obter um acordo. Enfrentava 26 acusações, que lhe poderiam ter valido 121 anos de prisão, se tivesse sido condenado à pena máxima por cada uma delas. Perseguido durante 11 meses pelo FBI, foi detido em Outubro do ano passado. Agora, Chaney mostrou-se arrependido.

"Além de pedir desculpa, não sei o que dizer", disse Chaney. "Podem proibir-me para sempre de mexer num computador. Não me importo", acrescentou.

O juiz S. James Otero, que teve o caso em mãos, foi além do que pedia a acusação, que propôs seis anos de prisão. Porém, o magistrado considerou que haveria preocupações com a capacidade de Chaney se controlar, lembrando que este mostrou um intenso desrespeito pela vida das vítimas. "Este tipo de crimes são perniciosos e tão graves quanto o assédio físico", defendeu o juiz. Além disso, Chaney continuou a perseguir as suas vítimas, mesmo depois de o FBI ter apreendido o computador onde teria uma lista com dados pessoais dos alvos e numerosas fotos pessoas de celebridades. A reincidência levou o juiz a reforçar a pena aplicada.

A cantora Christina Aguilera deixou um testemunho sobre algo que se perdeu para sempre. "A sensação de segurança nunca mais poderá ser recuperada. E não há compensação que possa reparar tamanha invasão de privacidade", frisou Aguilera.

Sugerir correcção
Comentar