Jurados começam quinta-feira a deliberar sobre caso de Carlos Castro

Julgamento aproxima-se do final. Depois de conhecido o veredicto, o juiz responsável pelo caso deverá anunciar a sentença nas semanas que se seguem.

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Renato Seabra recusa-se a voltar à sala de audiência onde decorre o julgamento Lucas Jackson/Reuters

A partir de quinta-feira, o caso Carlos Castro passa para as mãos de jurados, que nos próximos dias deverão pronunciar um veredicto sobre o arguido Renato Seabra, acusado da morte do cronista num quarto de hotel em Nova Iorque, em Janeiro de 2011.

O anúncio foi feito pelo juiz Daniel Fitzgerald na terça-feira, após a audição da última testemunha do caso, o psiquiatra Roger Harris, chamado pela defesa para fomentar o argumento de que os problemas mentais de Renato Seabra o impediram de ter consciência do crime e, como tal, não deve ser considerado culpado.

O caso remonta a 7 de Janeiro de 2011, quando Carlos Castro foi encontrado mutilado e assassinado num quarto de hotel em Nova Iorque onde passava férias com Renato Seabra. O modelo português foi depois acusado do homicídio do cronista.

Nas últimas semanas, os jurados ouviram um psicólogo clínico contratado pela acusação, William Barr, que defendeu a culpabilidade de Seabra, e um outro especialista trazido pela defesa, David Singer, que alinhou pela tese de falta de responsabilidade criminal.

Antes, passaram pela sala de audiências testemunhas que conviveram com Seabra e Castro em Nova Iorque, os detectives que extraíram a confissão do crime, especialistas forenses e pessoal do hotel em que passavam férias, entre outras.

Esta quarta-feira, defesa e acusação farão as alegações finais perante os jurados e um dia depois o caso passa para os jurados do processo. Conhecido o veredicto, segue-se a leitura da sentença pelo juiz, a ter lugar nas semanas seguintes.

Depois de ter falhado as quatro últimas sessões, Renato Seabra recusa-se a voltar à sala de audiência onde decorre o julgamento, segundo revelou o seu advogado.

Antes da sessão desta terça-feira, o advogado de defesa, David Touger, informou o juiz Fitzgerald da indisponibilidade de Seabra para voltar a tribunal, e no final disse aos jornalistas que o réu diz que “só à força” volta ao tribunal.

Escudando-se em relatórios de médicos que avaliaram o jovem em três unidades psiquiátricas, a defesa afirma que na altura do crime, Renato Seabra “estava em pensamento delirante, num episódio maníaco e desordem bipolar com caraterísticas psicóticas graves” e, como tal, não deve ser considerado culpado.

Aponta ainda para a natureza brutal das agressões, incluindo mutilações genitais da vítima, como prova de que Seabra estava sob efeito de uma psicose, tal como o facto de ter relatado a dois psicólogos ter obedecido a “vozes” dentro da sua cabeça, nomeadamente durante a mutilação.

A acusação defende que Seabra estava consciente e que, a haver psicose, esta terá sido desencadeada pelo crime em si, e que o jovem terá exagerado e fingido sintomas para se declarar em tribunal não culpado por razão de insanidade mental.

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