Entrada de Defour (James largou a ala) na base do sucesso

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O golo foi um momento de inspiração de James Foto: Miguel Riopa/AFP

1. Nos primeiros 45", viu-se um FC Porto controlador, mesmo que pouco traduzido na posse de bola (51%). O regresso de Fernando deu estabilidade e disciplina, contribuindo para o suplemento de ritmo e intensidade. Muito à custa do empreendedorismo de Varela, fez boas combinações, mas não foi capaz de aproveitar nenhuma das quatro situações de golo.

2. Desenhado no aguardado 4x3x1x2 (Ancelotti abdicou do tridente ofensivo ao fim de quatro jogos), o milionário PSG confirmou os predicados e as debilidades. Sobra-lhe o perfil à italiana, a falta de risco e o jogo afunilado. Também a qualidade dos executantes, mesmo que presos à estratégia poltrona. Notou-se em demasia a ausência de Pastore (surpreendentemente substituído por Nenê) e o jovem Verratti não imprimiu o ritmo normal no vértice mais recuado do losango. O PSG vivia então quase apenas das penetrações de Van der Wiel e das iniciativas dos avançados, porque Chantôme e Matuidi são homens de combate. Mesmo assim, dispôs de duas chances de golo, uma oferecida por Helton.

3. Apesar do ascendente, no FC Porto notava-se a falta dos habituais deslocamentos laterais de Moutinho e de Lucho, que não recuperou a forma. Rarearam, por isso, as desmarcações e os passes de rotura.

4. As duas equipas voltaram mais contemplativas do balneário. Passou a haver mais espaço. O jogo tornou-se então mais de transições de que de organizações. O FC Porto continuou pouco eficaz no remate, mas Moutinho começou a alargar o seu raio de acção, como quando isolou Varela.

5. A troca de Varela por Atsu pareceu injusta para o português, dos melhores em campo. Mas Vítor Pereira acabou por ter razão em acreditar num momento de inspiração de James (que passou a ocupar uma zona mais central, porque Defour foi para a direita). Mas aquele remate certeiro e de classe não teria sido possível sem a diagonal que permitiu a Moutinho cruzar.

6. Pastore só foi chamado a 10" do fim. E só porque o recém-entrado Lavezzi se lesionou. Pouco tempo para quem vende talento e custou 40 milhões. Certeira foi a troca de Lucho por Defour e a entrada de Mangala para segurar a vantagem.

7. Howard Webb (com quem o FC Porto não costuma ser feliz) é o árbitro da moda, mas aplicou mal a lei da vantagem e deixou por marcar um penálti (carga com a anca de Chantôme sobre Varela).

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