Conservadores aproveitam viagem de Ahmadinejad para deter conselheiro

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Protesto contra Ahmadinejad, em Nova Iorque Reuters/Andrew Kelly

Foi mais um episódio do braço-de-ferro entre o Presidente iraniano e os conservadores que rodeiam o ayatollah Ali Khamenei, o Líder Supremo da República Islâmica, que aproveitaram a viagem de Mahmoud Ahmadinejad a Nova Iorque para atacar o seu círculo próximo.

Enquanto Ahmadinejad falava na Assembleia Geral das Nações Unidas, na quarta-feira, Ali Akbar Javanfekr, seu conselheiro de imprensa e também dirigente da Irna, a agência noticiosa estatal, era detido no Irão.

Javanfekr cumpre agora uma pena de seis meses de prisão por, em Novembro do ano passado, ter publicado um artigo sobre a forma como se devem vestir as mulheres muçulmanas, considerado ofensivo para a decência pública. Em Fevereiro, foi também acusado de insultar Khamenei no seu site pessoal. É um dos conselheiros de Ahmadinejad na lista negra dos seus rivais conservadores, que os acusam de liderar uma “corrente desviante” para minar o papel dos líderes religiosos no Irão.

Foi também emitido um mandado de detenção do cartoonista Hadi Heidari, director do Shargh, um jornal reformista encerrado na quarta-feira depois de publicar um cartoon considerado pelos mais conservadores insultuoso para os soldados que combateram na guerra entre o Irão e o Iraque, nos anos 1980.

Ahmadinejad está cada vez mais isolado. O desentendimento entre o Presidente e Khamenei explodiu quando no ano passado o Líder Supremo renomeou Heydar Moslehi ministro dos Serviços Secretos, depois de Ahmadinejad o ter demitido.

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