Líder do Batasuna pede perdão às vítimas da ETA

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O líder do ilegalizado Batasuna está preso desde 2009 Rafa Rivas/AFP

O dirigente independentista basco Arnaldo Otegi apresentou as suas “mais sinceras desculpas” às vítimas dos atentados da ETA. O pedido integra um livro escrito a partir de uma conversa de Otegi com um jornalista e foi citado este domingo pelo jornal basco Gara.

“A esquerda nacionalista reconheceu a dor causada, e eu quero ir mais longe ao dizer que, se na minha condição de porta-voz acrescentei um pingo de dor, sofrimento ou humilhação às famílias das vítimas das acções armadas da ETA, quero pedir-lhes as minhas mais sinceras desculpas, acompanhadas de um ‘lamento’ do coração”, afirma Otegi.

A esquerda independentista basca lamentou pela primeira vez em Fevereiro a dor causada às vítimas ETA, grupo que renunciou à luta armada em Outubro mas que continua a recusar depor armas e dissolver-se.

“Se hoje alguém me pedisse conselhos sobre que vias de luta utilizar em quaisquer circunstâncias, diria com clareza que são as vias da luta pacífica e desobediente, tanto por questões éticas como políticas”, afirma ainda Otegi num livro que será publicado no dia 28 deste mês.

Condenado a seis anos de prisão por tentativa de reconstituição da direcção do Batasuna, partido considerado como braço político da ETA e ilegalizado em 2003, Otegi está preso desde 2009.

“Espero que Otegi seja absolutamente sincero”, afirmou o candidato do Partido Nacionalista Basco (PNV) às eleições de 21 de Outubro, Iñigo Urkullu. Para a presidente da Associação de Vítimas da ETA, Ángeles Pedraza, as palavras de Otegi não passam de “mais um truque para conseguir votos”.

Com uma nova coligação, a esquerda independentista regressou ao Parlamento espanhol nas eleições de Novembro, elegendo sete deputados, pouco depois do anúncio da ETA. Segundo a última sondagem realizada pela Universidade do País Basco, nas regionais bascas antecipadas de 21 de Outubro pode conseguir o segundo lugar, atrás do PNV.

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