Portugal conquista duas medalhas nos Jogos Paralímpicos

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Portugal é uma potência mundial no Boccia Foto: Ben Stansall/AFP

O boccia, modalidade destinada a atletas com paralisia cerebral e doenças neuromusculares, e o atletismo, no salto em comprimento, deram, nesta terça-feira, a Portugal as duas primeiras medalhas nos Jogos Paralímpicos Londres 2012.

No boccia, Armando Costa, José Macedo e Luís Silva, que competiram em pares (BC3), conquistaram uma medalha de prata, renovando a presença no pódio em Pequim 2008, onde a equipa portuguesa ganhou a medalha de bronze.

Pouco depois um salto de 6,95 metros garantiu a Lenine Cunha a conquista da medalha de bronze na prova do salto em comprimento F20 (deficiência intelectual).

Com um total de nove atletas em competição, quase um terço do total da missão portuguesa, o boccia é uma das principais apostas e uma das mais profícuas, pois rendeu oito de ouro, 10 de prata e cinco bronze, mais de um quarto das 86 medalhas arrecadadas por Portugal desde os Paralímpicos de Nova Iorque1984.

Foi também a única, a par do atletismo, a fazer o pleno das oito missões paralímpicas nacionais, e conquistou mais de uma centena de medalhas em provas internacionais, fazendo de Portugal uma potência na modalidade.

Porém, nos últimos anos, o nível de competição e investimento cresceu bastante nos países asiáticos, sobretudo na China e na Coreia do Sul, e também no Brasil, tendo este último já assegurado uma medalha de ouro em Londres (pares BC4).

Praticada em Portugal por cerca de 300 atletas, de mais de três centenas de associações e clubes, a modalidade começou já a ser integrada no desporto escolar, e conta também com mais de 3.000 praticantes na idade sénior.

O desporto surgiu em 1982 nos países escandinavos, inspirado em jogos tradicionais como a malha ou a petanca, e quatro anos depois foi integrado no programa paralímpico dos Jogos de 1984.

O boccia chegou a Portugal em 1983, tendo no ano seguinte o país conquistado uma medalha de ouro nos Jogos de Nova Iorque. Dois anos depois, em 1986, Portugal “deu cartas” nos primeiros campeonatos do mundo, já com a participação de 12 países.

A modalidade pode ser disputada individualmente, em pares ou por equipas de três elementos, sem divisão por sexos, num pavilhão com marcações próprias e envolve 13 bolas: seis de cor azul, seis de cor vermelha e uma bola branca.

O boccia é um jogo de aproximação e tem como objectivo colocar o maior número de bolas de cor próximo da bola alvo, podendo os atletas lançar a bola com a mão, com o pé, ou com o auxílio de calhas, consoante o grau de incapacidade.

Os atletas são divididos em quatro classes, que são designadas pelas letras BC seguidas de números. As classes um e dois são destinadas a atletas que jogam com a mão ou com o pé, a três agrupa os atletas que jogam com calhas, e a quatro os praticantes que sofrem de doenças neuromusculares.

Na classe 3, os atletas que jogam com o auxílio de calhas têm um acompanhante técnico, que está de costas para o jogo, que os ajudam a orientar a calha para lançar a bola.

No atletismo, Lenine Cunha, que tinha como melhor marca do ano um salto de 6,70 metros, melhorou o seu recorde pessoal de 6,74 metros, ao fazer 6,95m na prova de salto em comprimento F20 (deficiência intelectual).

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