BCE equaciona compra de dívida de Estados-membros para controlar juros

De acordo com a revista que vai para as bancas na segunda-feira, que não cita fontes, o Banco Central Europeu (BCE) está a estudar a definição de um valor limite nas taxas de juro cobradas pelos investidores para transaccionar dívida de países como Espanha e Itália e intervir nos mercados para garantir que essa barreira não é ultrapassada.

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De acordo com a revista que vai para as bancas na segunda-feira, que não cita fontes, o Banco Central Europeu (BCE) está a estudar a definição de um valor limite nas taxas de juro cobradas pelos investidores para transaccionar dívida de países como Espanha e Itália e intervir nos mercados para garantir que essa barreira não é ultrapassada.

Recentemente, devido à crise da dívida na zona do euro, tem-se vindo a assistir a uma subida dos juros dos títulos obrigacionistas de Espanha e Itália.

Devido precisamente às altas taxas cobradas pelos investidores, Grécia, Portugal e Irlanda tiveram de recorrer a resgates financeiros da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Na sexta-feira, a taxa de juro a 10 anos da Espanha caiu para 6,523 por cento no mercado secundário, abaixo da barreira psicológica dos sete por cento, considerada insustentável no longo prazo, dadas as finanças débeis o país. Por sua vez, a taxa da Itália desceu para 5,793 por cento.

Estes valores contrastam com os da Alemanha, em que a dívida pública a 10 anos transaccionava na sexta-feira a 1,529 por cento, num sinal de confiança dos investidores.

Segundo a Der Spiegel<7i>, o spread ou a diferença entre a taxa de juro da Alemanha e dos países que enfrentam a crise da dívida soberana vai ser o critério para determinar a taxa máxima dos empréstimos.

O presidente do BCE, Mario Draghi, anunciou no início deste mês que a instituição pode realizar operações no mercado obrigacionista para proteger os Estados-membros a quem são cobrados juros elevados, mas acrescentou que, para isso, esses países devem pedir a intervenção dos fundos de resgate europeus e aceitar as suas condições rigorosas.

De acordo com a revista alemã, a possível criação da taxa máxima dos empréstimos obrigacionistas e consequente intervenção do BCE nesse mercado estará na agenda da próxima reunião do BCE, a 6 de Setembro.