O Silêncio

Um polícia reformado, outro transtornado, outro incompetente; um arquitecto roído pelo passado, uma mãe que nunca deixou de sofrer, um pedófilo paciente e apaixonado. Na surpreendentemente segura primeira longa de Baran bo Odar, dois crimes quase idênticos separados por um quarto de século funcionam como reagentes que afectam inexoravelmente as vidas das personagens, criando uma peculiar inversão do habitual esquema dos filmes-mosaico e das rondas narrativas. O que interessa ao cineasta suiço é explorar os cambiantes da inocência e da culpa sob o sol do verão alemão, num filme que propõe a arrepiante concepção do criminoso ser a única personagem que sabe realmente o que está a fazer.


O formalismo pontualmente excessivo e a sensação de que se houvesse um passo em falso isto podia ser um telefilme de luxo não invalidam que esteja aqui uma pequena surpresa, fita sólida que está há demasiado tempo na prateleira e não merecia o modo atabalhoado como acabou por ser lançada

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