O mundo suspira por Edward Yang - e a Culturgest também

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O cineasta de Taiwan será objecto de um ciclo na Culturgest, em Lisboa, entre 13 e 16 de Dezembro

A morte prematura do realizador Edward Yang, em 2007, aos 59 anos, não foi apenas uma perda irreparável para o cinema de Taiwan - foi uma perda irreparável para o resto do mundo. Por isso mesmo, o nome do ciclo que a Culturgest irá dedicar à sua obra no final deste ano, entre 13 e 16 de Dezembro, respeita essa mesma ideia: Edward Yang, Histórias de Taipé. Ao todo, serão exibidos seis filmes escolhidos da sua curta carreira - todos os que Yang filmou, com excepção da sua primeira longa-metragem (That Day, on the Beach, de 1983) e o seu último filme, o inesquecível Yi Yi (2000), o único que teve estreia comercial em Portugal.

Edward Yang foi um dos nomes que compuseram a nova vaga do cinema de Taiwan entre as décadas de 1980 e 1990, juntamente com cineastas como Tsai Ming-liang e Hou Hsiao-hsien e a argumentista Chu Tien-wen, ainda hoje nomes incontornáveis do cinema asiático contemporâneo. Com Hsiao-hsien e Tien-wen, Yang chegou mesmo a escrever o seu filme Taipei Story (de que Hsiao-hsien também é actor e produtor). Contudo, e apesar de partilhar afinidades com os autores da região, Yang abriu um caminho próprio, com uma sensibilidade que fez dele um dos realizadores mais comoventes do cinema mundial: filmando histórias de gerações e famílias na paisagem urbana de Taipé e pessoas em busca de um rumo, contos de amor, crescimento e morte em que sentimos correr o rio de uma vida inteira.

Na programação do ciclo, veremos, portanto, a curta-metragem In our time (1982) e Taipei Story (1985) a formarem sessão dupla no dia 13, seguindo-se The Terrorizers (1986) a 14 e, a 15, A Brighter Summer Day (1991), obra-prima incontornável que será apresentada na sua versão original e restaurada de quatro horas. A encerrar o ciclo, no dia 16, A Confucian Confusion (1994) e Mahjong (1996) serão exibidos em duas sessões separadas. Quatro dias em que cabe o mundo inteiro, com as suas paixões e tristezas, e uma oportunidade única para vermos, finalmente em Portugal, a obra de um cineasta eterno.

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