Goleada em Vila do Conde antes da consagração na Avenida dos Aliados

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Foto: Miguel Vidal/Reuters

O programa das festas tinha como ponto alto um desfile, em autocarro descapotável, na Avenida dos Aliados, mas antes ainda havia um formalismo por cumprir: o último jogo da época, em Vila do Conde, contra o Rio Ave. Com um “onze” renovado, o FC Porto dominou por completo, construiu uma vitória robusta (5-2) e até deu para moralizar Kléber, autor de um hat-trick.

Houve festa, banho de multidão nos Aliados no final da noite e muitos golos no Estádio dos Arcos, mas a notícia do dia surgiu antes de Rio Ave e FC Porto entrarem em campo. À chegada a Vila do Conde, Pinto da Costa acabou com um “tabu” que, garante o líder portista, “nunca existiu”: “Deixem o Vítor Pereira em paz, no FC Porto cumprimos os contratos e não usamos o treinador como trunfo eleitoral.” Dúvida sobre a continuidade de Vítor Pereira (aparentemente) desfeita e lançada a farpa ao rival Benfica, Pinto da Costa dirigiu-se para o camarote onde assistiu ao primeiro acto do programa da festa da conquista do 26.º título nacional dos “azuis e brancos”.

E o último jogo do FC Porto na época 2011-12 foi um passeio a Vila do Conde que deu para praticamente tudo: inscrever mais dois nomes na lista dos campeões (os guarda-redes Bracali e Kadu), apresentar um “onze” renovado, testar um novo esquema táctico e confirmar que mora no Dragão o melhor ataque da prova.

Com a manutenção já garantida, o Rio Ave mostrou uma atitude demasiado displicente para quem podia, pela primeira vez na sua história, garantir um lugar europeu. Excluindo os cinco primeiros, apenas os vila-condenses e a Académica fizeram a inscrição na UEFA para as provas europeias e ao Rio Ave “bastava” fazer o mesmo resultado dos “estudantes”. Mas, mesmo contra uma descontraída equipa do FC Porto, o Rio Ave nunca mostrou capacidade para conseguir, pelo menos, um ponto.

O início da partida mostrou um FC Porto de rotações baixas, mas, mesmo sem carregar no acelerador, rapidamente conseguiu dois golos de vantagem. Vítor Pereira apostou em James na zona central, na posição 10, e o colombiano mostrou que pode ser útil na zona onde normalmente actua na selecção da Colômbia. Aos 13’, James assistiu Djalma e o angolano fez o primeiro golo na Liga; quatro minutos depois, após centro de Varela, o colombiano fez o 2-0. Antes do intervalo, num lance que deixou dúvidas, o árbitro Jorge Ferreira considerou que Djalma derrubou João Tomás na área e o avançado reduziu na transformação do penálti.

A segunda parte foi de Kléber. Até ao minuto 50, o avançado falhou três excelentes oportunidades, mas depois de marcar o primeiro (mérito de Varela), o brasileiro libertou-se da pressão e acabou a partida com um hat-trick (golos aos 50’, 75’ e 90’). Pelo meio, houve ainda tempo para outro portista se destacar, mas Christian Atsu, o autor do segundo golo do Rio Ave, esta época não teve direito a lugar no autocarro da consagração que desfilou nos Aliados.

POSITIVOJames

Jogou a “10”, uma posição que não esconde que aprecia, e mostrou que também aí pode ser muito útil. Só esteve 45 minutos em campo, mas fez a assistência para o primeiro golo e marcou o segundo.


Varela

Na véspera de Paulo Bento revelar os 23 eleitos para o Euro 2012, Varela reapareceu. O extremo esteve apagado neste final de época, mas neste sábado fez uma excelente exibição e mostrou que pode ser útil à selecção portuguesa.


João Tomás

Foi o mais inconformado no Rio Ave. A poucos dias de completar 37 anos, volta a ser o melhor marcador português do campeonato.


NEGATIVO

Rio Ave


Carlos Brito apostou nos melhores e uma vitória dava ao Rio Ave a oportunidade de, na próxima época, disputar a Liga Europa se o Sporting vencesse a Taça. Mas os vila-condenses mostraram-se demasiado apáticos.


Ficha de jogoRio Ave, 2
FC Porto, 5

Estádio dos Arcos, em Vila de Conde.Assistência
Cerca de 8.000 espectadores

Rio Ave

Huanderson, Jean Sony, Gaspar, Jeferson, André Dias, Tarantini, Bruno China (André Vilas Boas, 63’), Vítor Gomes (Braga, 40’), Kelvin, João Tomás (Yazalde, 79’) e Christian Atsu.

Treinador

Carlos Brito

FC Porto

Bracali (Kadu, 81’), Danilo, Mangala, Rolando e Alvaro Pereira, Defour, João Moutinho, Varela (Hulk, 63’), James Rodríguez (Iturbe, 46’), Djalma e Kléber.

Treinador

Victor Pereira

Árbitro

Jorge Ferreira, de Braga.

Amarelos

Djalma (42’), João Tomás (43’), Christian Atsu (71’).

Golos

0-1, por Djalma, aos 13’; 0-2, por James, aos 17’; 1-2, por João Tomás, aos 42’ (g.p.); 1-3, por Kléber, aos 50’; 2-3, por Christian Atsu, aos 64’; 2-4, por Kléber, aos 73’; 2-5, por Kléber, aos 90’.

Notícia actualizada às 22h12
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