"É na terra não é na lua" eleito o melhor filme do Documenta Madrid

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Um prémio de cinco mil euros para Tocha

Menções honrosas a duas outras produções portuguesas

O filme "É na terra não é na lua", do realizador Gonçalo Tocha, foi eleito o "melhor documentário de autor" do festival Documenta Madrid, que atribuiu ainda menções honrosas a duas outras produções portuguesas, anunciou nesta sexta-feira a organização.

O filme de Gonçalo Tocha, rodado na ilha açoriana do Corvo, integrava a competição internacional do festival, dedicado em exclusivo àquele género cinematográfico, e foi considerado o "melhor documentário de autor" entre as longas-metragens, com um prémio de cinco mil euros.

"Uma grande odisseia fílmica rodada a um ritmo vertiginoso e dividida em 15 capítulos que conjugam registos antropológicos, imagens de arquivo e histórias mitológicas e pessoais", refere a organização do festival. Na competição internacional, o júri decidiu ainda atribuir duas menções honrosas a produções portuguesas: a longa-metragem "A nossa forma de vida", de Pedro Filipe Marques, e a curta-metragem "Água fria", de Pedro Neves. O Documenta Madrid, que termina no domingo, é o mais relevante festival espanhol dedicado ao documentário.

O cinema português volta a ser distinguido internacionalmente numa semana em que Gonçalo Tocha e os realizadores Miguel Gomes e João Salaviza foram ao Parlamento alertar os deputados para o estado de paralisia em que se encontra o sector. Os três realizadores alegaram que a suspensão dos concursos de apoios do Instituto do Cinema e do Audiovisual e a ausência de aprovação de uma nova lei do cinema a produção de cinema levará a uma paragem da produção de cinema português nos próximos anos. Na quarta-feira, produtores, actores, realizadores e técnicos promoveram uma sessão de cinema em frente à Assembleia da República, em Lisboa, para alertar para o mesmo problema.

"É na terra não é na lua", que já teve estreia comercial em Portugal, soma já vários prémios internacionais. No passado dia 3 foi eleito o melhor documentário do 55º Festival Internacional de Cinema de São Francisco, nos Estados Unidos. No final de Abril conquistou um prémio de melhor filme na secção "Cinema do Futuro", no Festival Internacional de Cinema Independente, em Buenos Aires. No ano passado recebeu uma menção especial do júri do Festival de Cinema de Locarno, na Suíça, e venceu o prémio para a melhor longa-metragem no DocLisboa.

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