Festas “bunga bunga” de Berlusconi incluíam mulheres vestidas de freiras

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Imane Fadil admitiu ter recebido quatro cheques de 500 euros para participar nas festas Olivier Morin

Já se sabia da participação de figuras públicas e de prostitutas, e o escândalo tomou novas proporções quando foi divulgado que uma das participantes era menor. Mas agora uma testemunha contou que, nas festas “bunga bunga” do antigo primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, também havia “strippers” vestidas de freira.

O relato é da marroquina Imane Fadil, que nesta segunda-feira prestou declarações no Tribunal de Milão, e admitiu ter recebido 2000 euros para participar numa dessas festas. Para além disso, Fadil contou que, nas festas de Berlusconi em Arcore, houve também sessões de “striptease” de mulheres vestidas de freiras.

O antigo primeiro-ministro, derrubado pela crise económica e pela ruptura da coligação maioritária que o mantinha no poder, está acusado de ter pago para ter relações sexuais com outra marroquina, Karima el-Mahroug, também conhecida por Ruby, que na altura tinha 17 anos.

Ao descrever diante dos magistrados a sua primeira visita à mansão de Arcore, junto a Milão, Fadil contou que conheceu ali a ex-estrela de televisão e actual conselheira da região da Lombardia, Nicole Minetti. Esta, adianta a marroquina, apareceu na festa de hábito negro com um véu branco e uma grande cruz ao peito.

Havia ainda outra mulher, mais jovem, em trajes semelhantes, adiantou Fadil. As duas terão feito uma “dança sexy”, até que ficaram em lingerie. Mais tarde, Imane Fadil viria a saber que as duas passaram a noite na mansão.

Fadil adiantou ainda que Berlusconi lhe ofereceu um envelope com quatro cheques de 500 euros e adiantou que não pretendia ofendê-la, tendo referido, por outro lado, que Ruby teria vídeos comprometedores sobre aquelas festas e que poderia vir a vingar-se e colocar em apuros o então primeiro-ministro.

Num outro processo, Fadil acusou Minetti por danos, num caso em que a deputada regional da Lombardia e outras duas pessoas estão acusadas de contratar prostitutas para as festas de Berlusconi.

O julgamento sobre este caso começou há um ano, Berlusconi tem negado qualquer delito e alegado compromissos de trabalho para faltar às audiências. É acusado de, entre Fevereiro e Maio de 2010, ter pago para ter relações sexuais com Ruby, então menor, um crime que a legislação italiana condena com uma pena de até três anos de prisão.

Berlusconi é também acusado de abuso de poder, por ter intercedido para que Ruby fosse libertada após um suposto roubo, alegando que ela era sobrinha do então presidente egípcio Hosni Mubarak e que a detenção poderia prejudicar as relações entre os dois países.

O relato de Imane Fadil foi feito uma semana depois de o jornal Corriere della Sera ter divulgado que Berlusconi pagou 127 mil euros a três mulheres, incluindo Minetti, desde que o julgamento começou, uma acusação que já foi negada pelo advogado de “Il Cavalieri”, Niccolo Ghedini.

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