Os adeptos já compreendem Cardozo, que agora desagrada aos adversários

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Cardozo tem sido decisivo em muitos jogos Foto: Francisco Leong/AFP

Na terça-feira, contra o FC Porto, na meia-final da Taça da Liga, começou no banco de suplentes, mas entrou a 25 minutos do fim, marcou um golo e resolveu o último “clássico” da época a favor do Benfica. Hoje, em Olhão (20h45, TVI), Jorge Jesus não vai abdicar de colocar Óscar Cardozo na equipa titular, um avançado que Rui Águas considera “distinto” no plantel “encarnado”.

Nas últimas duas décadas apenas dois jogadores conquistaram na Luz o prémio de melhor marcador do campeonato português. O primeiro, em 1990-91, foi Rui Águas: 25 golos. Depois, foi preciso esperar 19 anos para que um avançado do Benfica voltasse a terminar em primeiro lugar na lista de goleadores. Cardozo conseguiu-o em 2009-10, ano de título para os “encarnados”, marcando 26 golos, e esta época o paraguaio está bem lançado para repetir o feito.

Conhecedor da exigência do “terceiro anel” do Estádio da Luz, Rui Águas não poupa elogios a Cardozo, um avançado que, “num contexto muito difícil”, tem “sido regular” e que “perante a exigência não treme”. O ex-internacional português define Cardozo como um “jogador de área” muito “específico”, que no “último jogo contra o FC Porto” deu “mais uma demonstração da sua qualidade”. Apesar de ser o “avançado mais distinto do plantel” e, por isso, ser “fundamental” para o Benfica, Cardozo “continua a não agradar” a alguns adeptos. Para Rui Águas, isso deve-se às “características” do paraguaio, que não prima pela “estética”. Mas o ex-capitão benfiquista é da opinião que Cardozo “começa, cada vez mais, a desagradar aos adversários”.

Para fazer dupla com o “melhor ponta-de-lança que actua no futebol português depois da saída de Falcao”, tanto podem jogar “Aimar, Witsel, Rodrigo, Saviola ou Nélson Oliveira”. Para Rui Águas, depende da “estratégia” definida por Jorge Jesus e do adversário. O jovem avançado português tem estado em evidência nos últimos jogos e foi titular nas duas últimas partidas do Benfica, mas Nélson Oliveira ainda tem “que ser trabalhado”. Águas não tem dúvidas de que Oliveira é um “bom avançado”, com “potencial grande”, mas refere que precisa de melhorar “aspectos importantes num avançado”, como o “momento da decisão sobre se deve segurar ou não a bola”, “a recepção” e o jogo de cabeça, que “não é excepcional”.

Ontem, na conferência de imprensa de antevisão da partida desta noite, em Olhão, Jorge Jesus não adiantou quem será o parceiro de Cardozo no ataque – Rodrigo regressou aos convocados –, mas destacou a importância do avançado paraguaio na equipa “encarnada”: “Os seus números demonstram que é um goleador.” Jesus diz que nos “últimos três anos” as “qualidades consideradas importantes” foram potenciadas e Cardozo “decide jogos”, mas, para o treinador, “infelizmente, os adeptos nem sempre o compreendem”. “Agora, felizmente, parece que já o estão a compreender melhor.”

Desde que Sérgio Conceição assumiu o comando técnico do Olhanense, os algarvios perderam apenas um dos nove encontros realizados e, por isso, Jesus espera “um adversário difícil”. “O facto de o FC Porto e o Sporting não terem ganho em Olhão é a prova disso”, assinala. A última vez que o Benfica venceu no Estádio José Arcanjo foi na temporada 1974-75.

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