Rede de tráfico de mulheres começa a ser julgada segunda-feira no Algarve

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A investigação durou cerca de um ano Rui Gaudêncio

O Tribunal de Albufeira começa nesta segunda-feira a julgar 14 pessoas que faziam parte de uma rede internacional de tráfico de seres humanos para exploração sexual, desmantelada há mais de um ano.

A rede actuava em Portugal, com epicentro no Algarve, e em vários países europeus. Depois de um ano de investigações, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) desmantelou essa rede em Fevereiro de 2011 e deteve 14 pessoas no Algarve e em Aveiro. Cinco "mantêm-se em prisão preventiva e os restantes aguardam o julgamento em liberdade, mediante pagamento de caução e sujeitos a apresentações periódicas e a termo de identidade e residência, informou hoje o SEF, em comunicado.

“No total, os arguidos foram acusados por mais de 50 crimes”, como tráfico de seres humanos, tráfico de menores, lenocínio, lenocínio de menores, tráfico de estupefacientes, falsas declarações e detenção de arma proibida.

Esta rede “traficava e explorava mulheres para fins sexuais, as quais eram colocadas nas bermas de estrada do Algarve e Aveiro e obrigadas a prostituir-se. Estas mulheres, cerca de 30 foram identificadas, eram diariamente sujeitas a agressões físicas de enorme violência, coação psicológica e forçadas a consumir estupefacientes, o que lhes aumentava a dependência dos traficantes”, segundo um comunicado do SEF.

As mulheres “eram negociadas e autenticamente vendidas/compradas e trocadas entre os traficantes da mesma e de outras redes por preços que podiam ficar pelos 500 euros”. Uma das mulheres acabou por ser vítima de homicídio praticado por um cliente, cidadão português.

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