Mais um desafio ultrapassado para o candidato camuflado

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O Sp. Braga somou a 12.ª vitória consecutiva na Liga Foto: AFP

Sete meses e 23 jornadas depois de começar a época, o Sp. Braga mantém-se na luta e apenas depende de si para conquistar pela primeira vez o título de campeão nacional. Os responsáveis bracarenses continuam a camuflar a candidatura, mas com exibições como a deste sábado, em Santa Maria da Feira, começa a ser difícil aos minhotos esconder o óbvio: FC Porto e Benfica têm um concorrente à altura. Com a goleada por 4-1 em casa do Feirense, a equipa de Leonardo Jardim volta a estar a apenas um ponto da liderança.

Apesar da posição incómoda na tabela, o Feirense deixou uma excelente imagem nos jogos contra os “grandes”. A equipa de Santa Maria da Feira roubou pontos ao FC Porto, ofereceu uma excelente réplica ao Benfica no Estádio Marcolino de Castro (1-2) e apenas cedeu no Dragão e em Aveiro, contra o Sporting, após ficar reduzida a 10 jogadores. Por isso, Leonardo Jardim alertou, na antevisão do encontro, que os bracarenses iam defrontar uma equipa que “apresenta grande intensidade, é forte nas transições ofensivas e exerce muita pressão sobre o adversário”.

Para manter o invejável ciclo vitorioso, o treinador do Sp. Braga pediu aos seus jogadores para “igualarem” a “capacidade de entrega” do adversário e criarem “desequilíbrios” através da “qualidade” individual. A lição foi muito bem estudada pelos bracarenses, que, no primeiro quarto de hora, tiveram quatro excelentes oportunidades.

Sem jogadores importantes como Alan, Baiano, Luís Alberto, Ewerton, Paulo Vinícius e Amorim, Jardim manteve a estrutura habitual: Mossoró foi o jogador no meio-campo com liberdade ofensiva, Paulo César e Hélder Barbosa responsabilizavam-se por dar velocidade ao jogo pelos flancos e, na frente do ataque, surgia o goleador Lima, que, na véspera, tinha sido ultrapassado por Cardozo na lista de melhores marcadores.

Para tentar travar a moralizada formação bracarense, Quim Machado pediu aos jogadores para serem “grandes”. As “contas” da manutenção do treinador passavam por “derrotar” um “candidato ao título”, para “sair de uma posição que não interessa”. Mas para Machado saiu tudo ao contrário. A exibição feirense foi das mais fracas da época e o clube somou o décimo encontro consecutivo sem vencer no campeonato.

Com um início de partida “à campeão”, o Sp. Braga colocou-se na frente logo aos seis minutos: Custódio centrou, Varela e Paulo Lopes embrulharam-se com a bola e Hélder Barbosa aproveitou para empurrar para o fundo da baliza. O incómodo Feirense de jornadas anteriores não existia e Lima (por duas vezes) e Mossoró podiam ter feito o segundo golo nos 10 minutos seguintes. A réplica da equipa da casa era ténue e apenas Ludovic causava problemas aos minhotos que, sem grandes sobressaltos, chegaram ao intervalo com um golo de vantagem.

Os primeiros instantes da segunda parte deixaram no ar a possibilidade de o Feirense ainda ter argumentos para evitar a derrota, mas o Sp. Braga “matou” as aspirações da equipa de Quim Machado em três minutos: aos 55’, Lima fez o 2-0 e igualou Cardozo na lista de melhores marcadores e, aos 58’, Mossoró fez o terceiro dos minhotos.

Com a 12.ª vitória consecutiva na Liga garantida para o Sp. Braga, ainda houve tempo para Hugo Viana marcar um grande golo de livre directo (72’) e para Buval reduzir e fixar o resultado final em 4-1 (75’).

Ficha do jogo

Feirense, 1 (Buval, 75’)


Sp. Braga, 4 (Hélder Barbosa, 6’; Lima, 55’; Mossoró, 58’; Hugo Viana, 72’)


Estádio Marcolino de Castro, em Santa Maria da Feira
Árbitro: Duarte Gomes (Lisboa)
Espectadores: cerca de 1500

Feirense: Paulo Lopes, Pedro Queirós, Varela, Luciano, Stopira (Mika, 79’), Sténio, Thiago Freitas (Hélder Castro, 46’), Diogo Rosado (André Fontes, 63’), Ludovic, Carlos Fonseca e Buval. 
Treinador: Quim Machado

Sp. Braga: Quim, Salino (Miguel Lopes, 66’), Nuno Coelho, Douglão, Elderson, Custódio (Carlão, 83’), Hugo Viana, Mossoró (Djamal, 74’), Hélder Barbosa, Paulo César e Lima. Treinador: Leonardo Jardim

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