Bille August vai voltar a filmar em Portugal

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Jeremy Irons Foto: Danny Moloshok/Reuters

A partir de dia 19 de Março o cineasta dinamarquês, que por cá filmou parte de “A Casa dos Espíritos” nos anos 90, regressa para filmar “Comboio Nocturno para Lisboa”, a adaptação do romance best-seller de Pascal Mercier, com Jeremy Irons e Charlotte Rampling.

Bille August, o realizador de “A Casa dos Espíritos”, adaptação ao cinema do romance de Isabel Allende, vai regressar a Portugal para filmar. E traz os actores Jeremy Irons, Charlotte Rampling, Christopher Lee e Bruno Ganz.

O cineasta dinamarquês começa amanhã em Berna, na Suíça, a rodagem da longa-metragem “Comboio Nocturno para Lisboa”. A partir de dia 19 de Março a equipa estará a filmar em Lisboa, disse à Lusa o co-produtor português, Paulo Trancoso. Nicolau Breyner, Adriano Luz, Beatriz Batarda, Filipe Vargas e o realizador Joaquim Leitão são alguns dos actores portugueses que entram no fime.

“Comboio Nocturno para Lisboa” é uma co-produção entre Portugal, Alemanha e Suíça e tem um orçamento de oito milhões de euros. O livro de Pascal Mercier, pseudónimo de Peter Bieri, professor de Filosofia na Universidade de Berlim, conta a história de um professor suíço que, depois de conhecer uma mulher portuguesa, ruma a Lisboa para seguir o percurso de Amadeu de Prado, um médico e poeta que lutou contra a ditadura do Estado Novo.

Quando o escritor esteve em Portugal a lançar o romance há anos lamentava-se ao Diário de Notícias: “Quero separar muito bem o livro do filme. Tenho muitas dúvidas de que consigam fazer um filme deste livro, mas os direitos foram vendidos... Eles mudaram as personagens, o enredo, a atmosfera, tudo...” No Ípsilon, em Março de 2008, o enredo foi descrito assim, por Maria José Oliveira: “Depois de um encontro misterioso com uma mulher portuguesa numa noite de chuva, Raimund Gregorius, 57 anos, professor de Latim, Grego e Hebraico em Berna, descobre um livro de um poeta e médico português, Amadeu de Prado, que fora perseguido pela ditadura. Essa obra, 'Um ourives das palavras', transforma a vida do pacato professor, que apanha o comboio da noite para Lisboa, em busca do autor. Amadeu morrera em 1973, mas Gregorius não esmorece e inicia um périplo pela cidade, procurando vestígios da vida de um homem que militou na resistência antifascista e cujos escritos, inspirados em Pessoa, perseguem ainda muita gente.” E acrescentava: “Através dos relatos da família de Amadeu e de antigos presos políticos, surgem diversos elementos da historiografia nacional: Salazar, a PIDE, o Tarrafal, a Mocidade Portuguesa.”

Nessa altura, Paulo Trancoso leu o romance e percebeu que o enredo “podia levar Lisboa ao mundo”, contou à Lusa. Contactou então a editora portuguesa que publicou o livro, a Dom Quixote, “para saber se os direitos cinematográficos estariam livres” e depois deu a conhecer ao produtor suíço, envolvido na realização do filme, o interesse português em participar numa possível co-produção.

A rodagem em Lisboa terminará a 4 de Maio e incluirá filmagens em vários locais da cidade. No domingo, 18 de Março, haverá uma conferência de imprensa em Lisboa, na qual estarão presentes Jeremy Irons, Nicolau Breyner, o realizador Bille August e os produtores. Paulo Trancoso acredita que o filme será “fantasticamente bom para a imagem de Lisboa fora do país”.

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