Greve na CP cancela 1100 comboios

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As linhas da CP quese não tiveram circulação

Transportadora só conseguiu realizar 210 ligações, a maioria ao abrigo dos serviços mínimos. Não há novas reuniões agendadas com o sindicato dos maquinistas.

A greve dos maquinistas da CP já levou ao cancelamento de cerca de 1100 comboios. Praticamente todos os serviços mínimos foram cumpridos, à semelhança do que deverá acontecer até Domingo. Mas, mesmo assim, muitos milhares de passageiros vão ser afectados.

Nesta sexta-feira, a transportadora deveria ter realizado um total de 1300 ligações, mas consegui apenas fazer circular 210 comboios. Destes, 206 foram efectuados ao abrigo dos serviços definidos pelo tribunal arbitral.

Um número que ficou, ainda assim, abaixo do que estava programado, já que três das linhas que o sindicato deveria ter assegurado não se realizaram. Circularam ainda outros quatro comboios que não estavam previstos, no serviço regional e urbano do Porto.

Ana Portela, porta-voz da CP afirmou que a greve dos maquinistas está a ter um “impacto violentíssimo”. No ano passado, a empresa realizou um total de 1200 viagens durante os três dias de paralisação agendados pelos trabalhadores. “Nem todas ficarão suprimidas, graças aos serviços mínimos, mas a operação vai ficar largamente afectada”, acrescentou. A transportadora já admitiu que estes protestos vão resultar num prejuízo de 2,5 milhões de euros.

CP e sindicato ainda tentaram um acordo de última hora, na passada quarta-feira, a poucas de começar a greve que se estende até Domingo. No entanto, não chegaram a um consenso.

Os maquinistas exigem que a empresa arquive os processos disciplinares movidos contra trabalhadores que não realizaram os serviços mínimos obrigatórios, em protestos anteriores, mas a administração só pretende fazê-lo para os casos em que tenham sido detectadas irregularidades.

Neste momento, não há novas negociações agendadas entre as partes. “A CP esteve sempre disponível e por isso convocou três reuniões”, referiu Ana Portela. Já o sindicato disse ontem à Lusa que a paralisação contou com a adesão de 1200 trabalhadores - número que corresponde à totalidade dos seus associados. Há um novo dia de paralisação agendado para 1 de Janeiro e greve ao trabalho extraordinário até ao final deste mês.

O facto nesta sexta-feira não se terem realizado todos os serviços mínimos poderá intensificar o conflito. Isto porque a empresa pretende avançar com uma investigação para determinar se as faltas foram ou não injustificadas. “Caso não tenha sido por motivos alheios, será movido um processo disciplinar”, garantiu Ana Portela.

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