Candidato republicano Herman Cain a braços com mais um escândalo sexual

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Cain está em queda nas sondagens Brian Snyder/REUTERS

Num mês, três mulheres acusaram-no de assédio sexual. Agora, uma quarta diz ter tido um caso amoroso com ele e durante 13 anos. Percebe-se pois o desabafo: “Cá vamos nós outra vez”.

Mas quem o terá dito? O visado, o candidato do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos, Herman Cain, ou a mulher dele, Gloria Cain, quando soube de mais esta história? Correm as duas versões.

Era bom saber a resposta certa, mas mais importante ainda é saber-se a veracidade das histórias que estão a acabar com a candidatura de Cain, um antigo magnata de pizas, membro proeminente da comunidade republicana de Atlanta e a grande surpresa dos últimos meses da campanha pela nomeação republicana — nos EUA, os dois grandes partidos fazem uma eleição interna para escolher quem os representará no boletim de voto; do lado democrata essa luta não se trava uma vez que o actual chefe de Estado, Barack Obama, será o candidato.

No passado, muitas candidaturas que se previam de sucesso ruiram devido a acusações de assédio sexual ou à descoberta de casos amorosos extra-matrimoniais. É o que está a acontecer a Cain. O seu nome afunda nas sondagens, estando actualmente em terceiro lugar nas intenções de escolha dos republicanos, atrás de Mitt Romney e Newt Gingrich.

Os advogados de Cain fizeram saber, através de comunicado, que o seu cliente não vai responder a mais esta acusação. “Não se trata de uma acusação de assédio, que é matéria legitima para questionar um candidato político. Uma conduta consensual entre duas pessoas adultas não é matéria que deva ser questionada pelos media. Nenhuma pessoa, pública ou privada, deve ser questionada pela sua vida sexual”.

Antes deste comunicado, o candidato deu entrevistas e negou a acusação de Ginger White, uma mulher que se apresentou como empresária de Atlanta, que diz ter mantido um caso amoroso com Herman Cain durante 13 anos. O "affair" só terminou, disse ela, há seis meses, quando Cain lançou a sua campanha pela nomeação republicana.

“Eu sabia que ele era casado e também sabia que estava envolvida numa situação ou relação inapropriada”, disse White a uma estação de televisão de Atlanta, a WAGA.

A outro canal de televisão, a WSB, White disse não estar espantada pela reacção do candidato. “Nem o imagino a confirmar. Penso que faz parte do jogo”, disse Ginger White que teve que confirmar para as câmaras que a relação amorosa entre os dois incluia relações sexuais.

A razão por que só agora falou da relação é simples: “Quis dar a minha versão da história antes de aparecer nos media e de se tornar uma coisa suja, que deve ser o que vai acontecer”.

A WAGA e outros meios de comunicação de Atlanta esclareceram terem recebido informações sobre o caso de Cain, estando o nome da mulher entre essas dicas. À WAGA Ginger disse que, apesar do "affair" ter terminado, ainda em Novembro o candidato lhe telefonava fora de horas — haverá uma chamada feita às quatro e vinte da manhã. A estação enviou uma mensagem ao número que Ginger disse pertencer a Cain e o candidato respondeu. Confrontado com o que estava a acontecer, respondeu que sim, que conhece a mulher mas que não há relação amorosa, estava sim a prestar-lhe auxílio financeiro.

“É uma pessoa que eu conheço mas que pensava ser uma amiga”, disse o candidato à CNN. Acrescentou: “Não tivemos um caso”.

Herman Cain disse ainda que não há qualquer razão para desistir da sua candidatura porque a sua mulher, Gloria, acredita na sua inocência e está do seu lado.

Mas Ginger White disse ter outra razão para denunciar a história. Quando ouviu as reportagens sobre as três acusações de assédio, explicou, não gostou do que ouviu sobre as mulheres. “Não gostei que elas estivessem a ser demonizadas ou tratadas como mentirosas, quando a prova está nelas”, disse Ginger que está de momento desempregada, é mãe solteira e já acusou um patrão por assédio sexual e já foi acusada de perseguição (através de e-mails) por uma antiga sócia.

Claro que deu pormenores sobre a relação que diz ter tido com Herman Cain. Conheceram-se, contou, durante uma palestra de Cain a que ela assistiu, no final de 1990. Findos os trabalhos, os dois tomaram bebidas juntos e Ginger foi convidada para o quarto do orador principal que era o presidente da Associação Nacional de Restaurantes. No quarto, prosseguiu a mulher, Cain agarrou num calendário, disse que estaria umas semanas depois em Palm Springs e convidou-a a juntar-se a ele. “Ele tornava tudo muito misterioso. Era divertido e tirava-me da minha rotina aborrecida, era excitante”, disse Ginger White explicando que os encontros eram sempre em hotéis de luxo e definindo Herman Cain como um homem confiante, seguro e arrogante — “de uma forma agradável”.

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