Submarino

“Submarino” é o primeiro amor de um puto galês com tendências obsessivas, manipuladoras e cuscas, para quem tudo é uma questão de vida ou de morte. E quando a primeira coisa que a personagem nos diz é que muitas vezes pensa como as pessoas reagiriam à sua morte, percebemos que não estamos no território do filme adolescente do costume.


A primeira longa do humorista inglês Richard Ayoade é uma narrativa fervilhante de invenção em três actos, um prólogo e um epílogo que pega na história do primeiro amor adolescente, atira-o contra a parede, mete-o na máquina de lavar roupa, dá-lhe um par de bofetões enquanto ainda está a recompor-se e atira-o pela janela, ao género mais à correcção política - o que sobra é um filme que, por trás da sua irreverência, diz mais sobre a adolescência do que duas dezenas de comédias brejeiras inofensivas, que a trata ao mesmo tempo com a seriedade de quem a vive e a leveza de quem sabe que tudo isto há-de passar.

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