O leão provou uma goleada e depois lambeu-se até ao fim

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Wolfswinkel fez dois golos Foto: Rafael Marchante/Reuters

Em Maio, no ocaso da época passada, depois de várias jornadas de agruras do Sporting de Paulo Sérgio, o Vitória saiu de Alvalade com um triunfo por 0-1, graças a Jaílson. A temporada terminou, caiu o treinador leonino, mudou-se o presidente, revolucionou-se a equipa. Jaílson lembra-se dos 2700 euros que a claque sadina juntou para lhe dar, ele ajudou a salvar o Setúbal da descida de Divisão. O avançado brasileiro acabaria logo de seguida o contrato, voltou ao Brasil, está desempregado e o que neste sábado viu foi um “leão” esfomeado. Nos primeiros 15 minutos resolveu o jogo com três golos: Schaars a abrir aos 4’, Wolfswinkel com dois (7’ e 15’).

Se há quatro meses o Sporting lutava para não aumentar o fosso para o FC Porto, agora ganhou quatro pontos aos “dragões” em duas jornadas e está a três pontos do trio que partilha a liderança, Braga, FC Porto e Benfica. Ao contrário da depressão da época passada, o “leão”, com a quarta vitória seguida (três no campeonato e uma na Liga Europa), parece respirar de alívio. Foi a primeira vez que os sportinguistas recuperaram quatro pontos para a liderança do campeonato desde a época 2008/09.

A receita de Domingos neste sábado em Alvalade foi a mesma que usou em Vila do Conde. A mesma equipa, o mesmo início forte (resultou em dois golos em três minutos frente ao Rio Ave e precisamente na mesma ordem e com os mesmos intervenientes holandeses), agora com menos sofrimento. Mas não que este leão, algo masoquista, não tentasse. João Silva por duas vezes, a primeira devido ao erro do árbitro que não viu uma mão do jogador, a segunda por lentidão da defesa sportinguista (foi Patrício a salvar) quase colocavam a equipa de Alvalade (de novo) à beira de um ataque de nervos.

O Sporting ainda não tinha ganho esta época em Alvalade, nunca se tinham visto tantos golos dos sportinguistas nem os adeptos tinham tido uma noite tão descansada. Na véspera tinham ganho dois pontos a FC Porto e Benfica, que empataram no clássico no Dragão. Melhor era impossível. O Vitória, com tudo perdido, foi tentar explorar as falhas do adversário, que ainda são muitas, principalmente na defesa.

Foi neste sector que os sadinos começaram a perder o jogo, mostrando-se uma equipa intranquila e ansiosa. No golo de Schaars fora surpreendida pela rapidez de Carrillo, nos outros ficou a ver Wolfswinkel jogar. E isso foi pago com a vida neste jogo: o “leão”, que há muito não se via com um banquete destes, lambeu-se com a oferta. E só não acabou com uma barrigada de golos porque decidiu desperdiçar as oportunidades, tal era a soberba.

Aí, entrou em acção a brigada do desperdício. Passou um pouco por cada jogador, de Wolfswinkel (o holandês sozinho desperdiçou duas), a Polga (isolado na pequena área atirou torto de cabeça) e até Bojinov. Esta foi tão flagrante que teve de pedir desculpas aos adeptos. Mas tudo bem, a noite deu para tudo. Há oito meses que não se viam três golos leoninos em Alvalade.


POSITIVO e NEGATIVO

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Wolfswinkel
Entrou na noite com dois golos madrugadores, o primeiro de bela execução, mas podia ter fechado com quatro. O instinto que mostrou a abrir, não o teve depois. Mas já são quatro jogos sempre a facturar.

Elias/Rinaudo
A dupla no meio-campo entende-se às maravilhas. Ambos, brasileiro e argentino, possantes e com técnica, dinamizam o ataque e ajudam a fechar a defesa. São incansáveis.

Domingos
Aos poucos começa a respirar de alívio. As quatro vitórias seguidas dão-lhe mais espaço e saiu sob palmas.

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Defesas
A noite desastrosa da defesa do Vitória não é comparável à do Sporting, são universos diferentes. Os sadinos pagaram caro os erros, os “leões” podiam ter sofrido menos e terão de se mostrar mais coesos no próximo jogo com a Lazio.
Ficha de jogoSporting, 3
Vitória de Setúbal, 0

Jogo no Estádio José Alvalade, em Lisboa.Assistência
33.261 espectadores.

Sporting

Rui Patrício, João Pereira, Onyewu, Rodriguez (Polga, 46’), Insúa, Rinaudo, Schaars (Bojinov, 70’), Elias, Carrillo (Matías Fernández, 59’), Wolfswinkel e Diego Capel.

Treinador

Domingos Paciência.

V. Setúbal

Diego, Ney Santos, Ricardo Silva, Anderson do Ó, Miguelito (Igor, 87’), Hugo Leal, Bruno Amaro, José Pedro, Jorge Gonçalves (Neca, 46’), João Silva e Pitbull.

Treinador

Bruno Ribeiro.

Árbitro

Cosme Machado, de Braga.

Amarelos

Hugo Leal (45’+1’), Miguelito (65’) e Onyewu (75).

Golos

1-0, por Schaars, aos 2’; 2-0, por Wolfswinkel, aos 8’; 3-0, por Wolfswinkel, aos 15’.

Notícia actualizada às 23h01
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