Parecia uma noite de Rock In Rio, mas com menos ar de centro comercial, ao ar livre. Pelas 21h15, Jon Bon Jovi, de casaca vermelha, começou por gritar raise your hands, seguindo-se "You give love a bad name", perante o delírio de 60 mil pessoas presentes no Parque da Bela Vista, admiradores do rock, versão amenamente pesada.

Previa-se um concerto de revisão de carreira e os primeiros minutos do concerto indiciaram isso mesmo. Os americanos Bon Jovi tem três décadas de existência, como aliás se percebeu pela assistência transgeracional.

O dispositivo cénico era o habitual nestes espectáculos para multidões, com um ecrã gigante em fundo, e outros dois laterais. À frente cerca de 800 pessoas – algumas delas acampadas deste sexta à entrada do recinto – ocupavam o chamado anel Diamond (bilhetes a 250 euros), e num segundo espaço dianteiro, para seis mil pessoas, o anel Golden (bilhetes a 85 euros). As entradas normais custavam 55 euros.

Não espanta que os Bon Jovi rivalizem com os irlandeses U2 quando se fala de receitas de espectáculos. Os Bon Jovi andavam há dois anos em digressão e agora querem parar por igual período de tempo. Por essa razão o concerto, na Bela Vista, foi a última oportunidade de os ver ao vivo por uns tempos. Ao que parece o líder do grupo deseja gravar um álbum a solo e também parece apostado em prosseguir uma carreira no cinema. V.B.