Custódio, o trabalhador invisível

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Custódio desempenhou um papel importante no meio-campo Foto: José Manuel Ribeiro/Reuters

Sem ninguém se ter claramente destacado do ponto de vista individual, o Sporting de Braga fez valer a coesão e espírito de grupo para causar dificuldades ao FC Porto na final da Liga Europa. Foram esses atributos que valeram à equipa de Domingos Paciência o cognome de “Guerreiros do Minho”. E, nesta quarta-feira, foram corporizados na íntegra por Custódio.

Em última análise, foi ele o responsável pela presença do Sporting de Braga na final da Liga Europa. Foi Custódio quem fez o golo que deu a vitória sobre o Benfica (1-0), na segunda mão das meias-finais, e garantiu aos minhotos um bilhete para a Irlanda.Na Arena de Dublin, Custódio destacou-se pela distância percorrida: 11.743 metros. Seguido por Vandinho, seu parceiro no meio-campo bracarense, com 11.334m.

Mais que brilho individual, o Sporting de Braga apresentou união, coesão e equilíbrio, nomeadamente no meio-campo. Fiel ao que tem sido o espírito da equipa – o próprio Domingos tinha destacado na conferência de imprensa a “impressionante” capacidade de trabalho dos seus jogadores – a maior força dos minhotos foi o espírito de sacrifício e aquele trabalho “invisível” que tanto Custódio como Vandinho, Miguel Garcia ou Sílvio desempenharam.

Custódio viveu, em Dublin, a segunda final europeia da sua carreira. A primeira foi ao serviço do Sporting, em 2004-05, mas o médio foi suplente não utilizado na derrota (1-3) dos “leões” diante do CSKA de Moscovo. Nesta quarta-feira, foi titular, e pertenceu-lhe a primeira ocasião de perigo da partida quando, logo aos quatro minutos, numa jogada de insistência do Sporting de Braga, rematou ao lado da baliza defendida por Helton. Custódio voltou a ameaçar aos 39’, com um pontapé de fora da área, para fora.

“Se nos dissessem no início da temporada que íamos à final, toda a gente se ria. Fizemos também um grande jogo. Decidiu-se num pormenor”, resumiu no final do encontro.

A poucos dias de completar 28 anos, Custódio cumpriu este ano a primeira temporada em Braga. Natural de Guimarães, causou surpresa ao trocar o Vitória local pelo rival Sporting de Braga em final de Agosto passado. É o quarto clube que representa na sua carreira: formado nos escalões jovens do Vitória de Guimarães, mudou-se em 1999, ainda júnior, para o Sporting.

Cumpriu seis épocas de “leão” ao peito. Lançado por Laszlo Bölöni em 2002, aos 18 anos, chegou a ser capitão do Sporting e conquistou dois títulos pelo clube de Alvalade: foi campeão nacional em 2001-02 e ergueu a Taça de Portugal em 2006-07. Mas em 2007 o chamamento russo foi mais forte e juntou-se ao contingente português no Dínamo de Moscovo.

Após dois anos na Rússia, regressou ao futebol português, para o clube onde iniciou a carreira. “Ser do Vitória foi o motivo que me levou a aceitar o convite”, disse na altura. Mas seria no rival Sporting de Braga que deixaria marca, ajudando o clube a chegar à primeira final europeia da sua história.

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