História de amor fora do normal vence IndieLisboa

Foto
O documentário aborda os quatro anos de vida em comum de Genesis P-Orridge e da "performer" Lady Jaye Becker Foto: DR

Numa decisão surpreendente, “The Ballad of Genesis and Lady Jaye”, documentário da francesa Marie Losier sobre o invulgar romance entre os artistas multimedia Genesis P-Orridge e Lady Jaye Becker, é o vencedor da 8ª edição do festival IndieLisboa, anunciado na noite de sábado no Grande Auditório da Culturgest.

O júri internacional premiou como melhor longa portuguesa “Linha Vermelha”, do português José Filipe Costa, enquanto o publico preferiu o documentário de Jean-Stéphane Bron “Cleveland vs Wall Street”.

Composto pela actriz Margarida Vilanova, pelos programadores François Bonenfant, Gabe Klinger e Jean-Pierre Rehm e pelo realizador Denis Côté, o júri internacional elegeu como melhor dos dez primeiros ou segundos filmes a concurso "The Ballad of Genesis and Lady Jaye".

Este documentário rodado pela cineasta experimental Marie Losier aborda os quatro anos de vida em comum de Genesis P-Orridge, músico dos Throbbing Gristle e Psychic TV, e da "performer" Lady Jaye Becker.

Num palmarés que deixou de fora a maior parte dos filmes mais estimulantes da selecção 2011, o júri escolheu ainda dar uma menção honrosa a “La BM du Seigneur”, híbrido de documentário e ficção na comunidade cigana francesa conhecida por "yéniche", dirigido pelo francês Jean-Charles Hue. O prémio de distribuição coube a “Morgen”, comédia dramática do romeno Marian Crisan, produzida por Cristi Puiu (“A Morte do Sr. Lazarescu”), sobre a amizade entre um segurança romeno e um imigrante ilegal turco.

No que diz respeito ao cinema português, o mesmo júri internacional escolheu como melhor longa-metragem nacional “Linha Vermelha”, a investigação do documentarista José Filipe Costa sobre a história do documentário que o alemão Thomas Harlan dirigiu em 1975 sobre a ocupação da herdade da Torre Bela.

Nas curtas-metragens, o júri separado da categoria (os realizadores Catarina Mourão e Bruno Safadi e o programador Thure Munkholm) deu o prémio de melhor curta nacional a “Alvorada Vermelha”, documentário da dupla João Pedro Rodrigues/João Rui Guerra da Mata sobre o Mercado Vermelho de Macau.

O prémio da categoria de realização em curta nacional foi entregue, ex-aequo, também a duas duplas: Gabriel Abrantes/Benjamin Crotty, por “Liberdade”, e Marco Martins/Filipa César, por “Insert”. A curta internacional vencedora foi "The Story of Elfranko Wessels", de Erik Moskowitz e Armanda Trager.

Como habitualmente, o público que assistiu aos dez dias de festival fez uma escolha diferente de filmes. Na categoria de longa-metragem, premiou o documentário franco-suiço de Jean-Stéphane Bron “Cleveland vs Wall Street”, igualmente vencedor do prémio da Amnistia Internacional. Na curta-metragem, votou em “Paris Shanghai”, de Thomas Cailley, e na secção infanto-juvenil IndieJunior atribuiu o seu prémio à curta animada holandesa Things You'd Better Not Mix Up.

Todos os filmes premiados serão exibidos domingo nas salas da Culturgest e do cinema São Jorge. “Cleveland vs Wall Street” passa às 17h00 na sala 1 do São Jorge, com as curtas vencedoras a passarem às 16h30 e Linha Vermelha às 21h30 na sala 3 do São Jorge; “The Ballad of Genesis and Lady Jaye” é mostrado às 16h00 no Grande Auditório da Culturgest.
Palmarés
Longas-metragens:
Grande prémio — “The Ballad of Genesis and Lady Jaye”, de Marie Losier (EUA)
Menção honrosa – “La BM du Seigneur”, de Jean-François Hue (França)
Melhor longa portuguesa – “Linha Vermelha”, de José Filipe Costa
Prémio de distribuição – “Morgen”, de Marian Crisan (Roménia/França/Hungria)

Curtas-metragens:
Grande prémio – “The Story of Elfranko Wessels”, de Erik Moskowitz e Armanda Trager (EUA/Canadá)
Menção honrosa – “Diane Wellington”, de Arnaud des Pallières (França), “La Forêt”, de Lionel Rupp (Suiça), e “The Painting Sellers”, de Juho Kuosmanen (Finlândia)
Melhor curta portuguesa – “Alvorada Vermelha”, de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata
Melhor realizador de curta portuguesa – Gabriel Abrantes e Benjamin Crotty, por “Liberdade”, e Marco Martins e Filipa César, por “Insert”

IndieJunior:
Melhor filme – “My Good Enemy”, de Oliver Ussing (Dinamarca)
Menção honrosa – “Les Mains en l'air”, de Romain Goupil , e “Cul de Bouteille”, de Jean-Claude Rozec (ambos França)

Prémios do público:
Longa-metragem – “Cleveland vs Wall Street”, de Jean-Stéphane Bron (Suiça/França)
Curta-metragem – “Paris Shanghai”, de Thomas Cailley (França)
IndieJunior – “Things You'd Better Not Mix Up”, de Joost Lieuwma (Holanda)

Prémio RTP Pulsar do Mundo:
“I'll Forget This Day”, de Alina Rudnitskaya (Rússia)Prémio SIGNIS:
“La Ilusión te Queda”, de Márcio Laranjeira e Francisco Lezama (Portugal/Argentina)Prémio Amnistia Internacional:
“Cleveland vs Wall Street”Prémio TAP:
“O Que Há de Novo no Amor?”, de Mónica Santana Baptista, Hugo Martins, Tiago Nunes, Hugo Alves, Rui Santos e Patrícia Raposo, e “Eden”, de Daniel Blaufuks (ambos Portugal)

Sugerir correcção
Comentar