Obra de Gabriel Garcia Marquez chega pela primeira vez à China

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Reuters O escritor colombiano autorizou pela primeira vez a tradução da sua obra na China

Editora chinesa comprou os direitos da tradução de "Cem Anos de Solidão"

Uma editora chinesa pagou um milhão de dólares (cerca de 670 mil euros) pelos direitos da obra "Cem Anos de Solidão", de Gabriel Garcia Marquez, que vai agora ganhar a primeira edição chinesa autorizada.

Este é assim o primeiro livro que o escritor autoriza a que seja publicado, depois de condenar veemente a China por disponibilizar os seus livros de forma ilegal, ou seja, pirata. Durante anos, só se conseguia aceder a livros do Nobel da Literatura de 1982 em edições piratas e por Gabriel Garcia Marquez não permitiu a tradução das suas obras dentro do país.

"A pirataria enfureceu tanto Gabriel Garcia Marquez que numa visita à China em 1990 jurou que nem mesmo 150 anos depois da sua morte as suas obras seriam autorizadas", escreve o jornal britânico "The Guardian", citando o chinês "Global Times".

Estas declarações do escritor não impediram a editora chinesa Thinkingdom House de lutar pelos direitos da tradução da obra em chinês e desde 2008 que os seus responsáveis pediam a Gabriel Garcia Marquez que ponderasse a sua decisão, explicando que uma edição autorizada em chinês ajudaria a diminuir as cópias piratas.

"Queremos prestar-lhe uma homenagem e que seja reconhecido como ‘grande mestre', assim como você fez com o seu maior ídolo Ernest Hemingway... Acreditamos que aceitará esta proposta e nos dirá ‘olá amigo', assim como Hemingway o fez", escreveu, a Gabriel Garcia Marquez, Chen Mingjun, um dos responsáveis da Thinkingdom House.

A notícia da publicação da obra em chinês já gerou um grande interesse no país que espera agora pelo verão para ter o livro nas suas lojas.

"Cem Anos de Solidão" foi escrita pelo colombiano em 1967 e é uma das obras mais lidas e traduzidas, cerca de 30 idiomas, em todo o mundo.

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