Passos Coelho promete Governo “historicamente pequeno”

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"O sarilho em que estamos metidos é muito grande", afirmou Passos Coelho Raquel Esperança

O PSD promete um Governo muito pequeno, reduzindo também drasticamente a dimensão dos gabinetes ministeriais.

“Vamos apresentar um Governo historicamente pequeno e sem paralelo na história em Portugal”, disse Passos Coelho esta segunda-feira à noite, em Gaia, acrescentando que haverá regras muito rígidas para as equipas ministeriais, que “poderão recrutar um ou dois adjuntos”, tendo que recorrer aos quadros da administração pública para compor o resto das suas equipas.

Falando em Gaia, onde foi o convidado para a sessão do quinto aniversário do Clube de Pensadores e apresentado como o “futuro provável primeiro-ministro”, o líder do PSD quis também apelar para uma campanha eleitoral que não fique “centrada em fantasmas e ilusões” e que seja capaz de discutir os problemas e as soluções para o país.

“Todos entendem que o sarilho em que estamos metidos é muito grande e temos que falar dos problemas, porque as pessoas sentem-nos”, disse, deixando o desafio para “que já na campanha eleitoral não venham os discursos de que não aprovamos o PEC e que por isso veio a desgraça”. E concluiu: “Não, nós precisamos do PEC, precisamente porque chegamos a esta situação”.

Apesar das dificuldades da actual conjuntura financeira do país, Passos Coelho disse acreditar que é possível alterar este estado de coisas, “desde que não se tente ignorar a situação nem se tente adiar soluções”, precisou.

Vincando que não se pode “acreditar que a solução passa por contrair mais dívida”, Passos deixou também claro que “é preferível recorrer já a apoio externo que correr o risco de cair em incumprimento”, já que isso teria efeitos irrecuperáveis em relação ao futuro e à capacidade do país.

O líder do PSD fez questão de responsabilizar José Sócrates e o actual Governo pela situação de aflição financeira a que se chegou, que atribuiu à incapacidade de aplicar as medidas que sucessivamente foram sendo aprovadas. “Temos mesmo de cumprir um programa de austeridade que está delineado. Há regras, aprovadas com o apoio do PSD, mas é preciso fazê-las cumprir”, vincou o líder do PSD para deixar claro que o problema deriva em grande parte da incapacidade do Governo para executar as poupanças que sucessivamente tem adiado.

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