Coreia do Norte: Bush não descarta intervenção militar

Foto
Os EUA têm 37 mil militares estacionados na Coreia do Sul Yun Jai Hyoung/AP

O Presidente norte-americano, George W. Bush, afirmou hoje que "todas as opções estão em cima da mesa" para resolver a crise com a Coreia do Norte, apesar de considerar que é ainda possível encontrar uma solução diplomática.

Falando em conferência de imprensa, Bush afirmou ter conversado ao telefone com o seu homólogo chinês, Jiang Zemin, sobre a situação na Coreia do Norte, que anunciou recentemente ter decidido reiniciar o seu programa nuclear, violando, assim, o Tratado de Não-Proliferação assinado em 1994.

O Presidente americano adiantou que a Rússia também já deu o seu contributo para a resolução do problema, "no âmbito das suas responsabilidades", tendo também já discutido a questão com o primeiro-ministro japonês.

Desde que o regime comunista de Pyongyang decidiu denunciar o Tratado de Não-Proliferação, Washington tem feito saber que este problema — ao contrário do que sucede com o Iraque — deve ser resolvido pela diplomacia, através de pressões concertadas entre os EUA, a Coreia do Sul, o Japão, a China e a Rússia.

"Continuaremos a trabalhar diplomaticamente para convencer Kim jong-Il [o líder norte-coreano] de que se quer continuar a receber assistência para o seu povo deve continuar a aceitar as exigências da comunidade internacional e renunciar a produzir armas nucleares", declarou.

Nas últimas semanas, o regime de Pyongyang redobrou as ameaças, afirmando que lançará uma "guerra total" caso os EUA ataquem as suas centrais nucleares. Apesar de garantir que não tem quaisquer planos militares para a Coreia do Norte, Washington diz-se pronto para "qualquer eventualidade". Na segunda-feira, unidades dotadas de bombardeiros pesados B-1 e B-2 receberam ordem de partida para o Extremo Oriente, oficialmente para apoiar as forças americanas estacionadas na Coreia do Sul, onde se encontram cerca de 37 mil efectivos. Segundo a imprensa, os bombardeiros e alguns aviões de reconhecimento deverão ficar estacionados na ilha de Guam.

Comentando as últimas ameaças norte-coreanas, o sub-secretário da Defesa, Paul Wolfowitz, declarou que quanto mais declarações deste género forem feitas, mais difícil se torna a resolução do problema. Por seu lado, o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, declarou já esta semana que a Coreia do Norte "não é um perigo para os EUA, mas um perigo para o mundo inteiro".

Sugerir correcção
Comentar