Universidade do Minho desmente ex-director-geral da Administração Interna

A equipa da Universidade do Minho que coordenou o inquérito sobre as presidenciais afirmou hoje nunca ter perguntado à Direcção-geral da Administração Interna (DGAI) se a secretária de Estado tinha conhecimento do não envio das notificações, contrariamente ao que o ex-director-geral, Paulo Machado, comunicou ontem no Parlamento.

Na sua audição no Parlamento, Paulo Machado afirmou que a decisão do não envio das notificações aos eleitores era do conhecimento da secretária de Estado, Dalila Araújo, e que a situação tinha sido comunicada à Universidade do Minho. “No dia 4 de Fevereiro, Jorge Miguéis [director da Administração Eleitoral] disse aos senhores da equipa da Universidade do Minho que era do conhecimento da secretária de Estado [o não envio das notificações] e eu corroborei”, afirmou Paulo Machado, revelando que os investigadores consideraram a informação “complicada”.

No entanto, Luís Amaral, coordenador da equipa da Universidade do Minho (UM), afirma que “em momento algum, da reunião tida pela equipa da UM com a DGAI, foi perguntado ao Dr. Paulo Machado ou ao Dr. Jorge Miguéis se a senhora secretária de Estado sabia ou não se a notificação fora feita”. Além disso, “em momento algum o Dr. Jorge Miguéis referiu que a ausência de notificações era do conhecimento da senhora secretária de Estado”, admitindo contudo que Dalila Araújo conhecia os argumentos contra o envio das notificações.

Segundo o investigador, a questão não foi colocada pela Universidade porque não era do âmbito do estudo, pelo que seria “incompetente e despropositada”. Luís Amaral nega ainda ter sido proferida pela equipa do Minho a frase “isso é muito complicado, como é que se põe isso no relatório”, citada por Paulo Machado aos deputados, ou qualquer expressão com sentido similar.

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