Moinho da Maré de Corroios aberto ao público apenas em 2004

Em obras há dois anos, o Moinho de Maré de Corroios, classificado como Imóvel de Interesse Público e que completa seis séculos em 2003, só deverá reabrir ao público no próximo ano, admitiu hoje o presidente da Câmara do Seixal, Alfredo Monteiro.

Contra as previsões do município, que tencionava reabrir ainda este ano o núcleo museológico, os trabalhos de remodelação dos interiores nem sequer começaram, dado que o projecto foi entregue à autarquia apenas este mês.

Justificando que se trata de "uma intervenção sensível", Alfredo Monteiro disse à Lusa que a câmara municipal acabou por dilatar o prazo para a entrega do projecto.

"Neste momento está em apreciação", sublinhou.

A reabertura ao público do moinho tem sido sucessivamente adiada, devido aos constantes atrasos nas obras.

Os trabalhos chegaram a estar parados seis meses, uma vez que faltava a autorização da Administração do Porto de Lisboa para que pudessem ser efectuadas dragagens e deposição de lamas e, assim, avançar a limpeza da caldeira.

A "complexidade técnica" das obras de conservação exterior da estrutura centenária contribuiu também, de acordo com declarações anteriores do autarca, para os atrasos.

Não obstante isso, Alfredo Monteiro garantiu que não houve qualquer derrapagem financeira nos custos da empreitada.Depois de reaberto, o imóvel deverá contemplar, segundo o Ecomuseu do Seixal, uma exposição de longa duração sobre a história dos moinhos de maré e a indústria moageira, bem como uma sala para projecção de vídeos e um espaço interactivo para as crianças.

A produção simbólica de farinha de milho e trigo, reavivada em 1986 após a primeira recuperação do edifício, será mantida.As obras estão orçadas em 1,2 milhões de euros, sendo comparticipadas em 50 por cento por fundos comunitários e da Administração Central, no âmbito do Programa Operacional de Cultura.

Mandado construir em 1403 pelo Condestável D. Nuno Álvares Pereira, o Moinho de Maré de Corroios foi o primeiro imóvel do género a ser edificado no concelho do Seixal.

De acordo com o Ecomuseu, chegaram a existir no Seixal mais onze moinhos de maré, que entretanto ruíram ou foram adaptados a outros fins.

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