Green Hornet

Se o leitor está a pensar em vir a "Green Hornet" atraído pela sensibilidade peculiar do realizador Michel Gondry, insigne director de telediscos para gente como Björk ou os White Stripes e autor de "O Despertar da Mente" e "A Ciência dos Sonhos"..., tire daí o sentido.


Esse cineasta fervilhante de ideias, adepto do bricolage visual "faça-você-mesmo" está quase inteiramente ausente deste "blockbuster" genérico que adapta um herói da era clássica da rádio e da televisão dos anos 1960 à estética de comédia de acção em modo Judd Apatow à medida da sua vedeta e argumentista, Seth Rogen. Infelizmente, é um projecto inglório: Gondry apaga-se por trás do humor situacional de Rogen, as tentativas de introduzir um lado meta-ficcional caem por terra, só a espaços, em duas ou três sequências inspiradas de efeitos visuais, reconhecemos a mãozinha do realizador francês.

No papel, não era necessariamente uma má ideia, há até a espaços alguns momentos felizes (Christoph Waltz é delicioso no seu vilão inseguro, mesmo que o papel seja quase inexistente), mas na prática "Green Hornet" desperdiça vergonhosamente o talento reunido.

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