72 Horas

É, no espaço de três semanas, a terceira "remake" americana de um filme francês que chega às nossas salas, depois de "O Preço da Traição" e "O Turista" - e é a terceira "remake" com "pedigree", entregue aos bons cuidados de Paul Haggis, argumentista do "Million Dollar Baby" de Clint Eastwood e realizador de "Crash", aqui adaptando um "thriller" de Fred Cavayé ("Pour Elle", pouco visto fora de França).


Russell Crowe substitui Vincent Lindon no papel de um professor universitário tão seguro que a esposa está inocente do homicídio pelo qual foi condenada que articula um arriscado plano de evasão. Mas esta é também a terceira "remake" falhada, já que Haggis não consegue nunca resolver a contento o dilema que o interessou: conciliar um "thriller" de factura clássica (conseguido) com uma meditação sobre o amor incondicional (falhada).

"72 Horas" brinca com a ambiguidade (Lara é ou não realmente culpada?) e evoca aqui e ali as questões morais levantadas por esta transformação de pai de família e professor em criminoso justiceiro e implacável, mas acaba por abandoná-las sem nunca as levar muito longe para se concentrar finalmente no lado de "thriller". E a velocidade, o pulso, o dinamismo desse "terceiro acto", bem como a atenção ao elenco, não chegam para compensar a sisudez maçuda do que ficou para trás.

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