As tendências que a CES mostrou

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O telemóvel Atrix pode ligar-se a um ecrã e teclado, transformando-se num portátil Steve Marcus/Reuters
Explosão de tablets

Sem surpresas, os tablets foram a grande sensação da CES. Depois do sucesso do iPad, vários fabricantes estão a tentar recuperar o terreno e agarrar uma fatia deste promissor mercado.

Em 2010, praticamente ninguém conseguiu lançar um produto sólido no mercado (uma das excepções é o Samsung Galaxy Tab). Mas 2011 será muito diferente e promete mais escolha para os consumidores – e preços mais baixos.

A Asus apresentou nada menos do que quatro aparelhos deste género, dirigidos a tipos de utilizador diferentes. Um destes modelos está equipado com o Windows 7, os restantes, com o Android 3.0, a primeira versão deste sistema concebida especificamente para tablets.

Já a Motorola revelou o muito aguardado Xoom, também equipado com o Android 3.0 e que conseguiu o galardão do evento para melhor aparelho.

Noutros exemplos de novos tablets, a Samsung anunciou um Galaxy Tab sem conectividade 3G (o que deverá permitir uma redução do preço), a RIM anunciou a chegada do PlayBook para o Verão (ao mercado americano, pelo menos) e a Lenovo mostrou um tablet que se encaixa num teclado para se transformar num netbook.

O ano do Android

O Android é o sistema de eleição para a maioria dos tablets. O desenvolvimento é impulsionado pelo Google, não implica custos de aquisição para os fabricantes e, por ser de código-fonte aberto, pode ser adaptado livremente às especificidades de cada aparelho.

Para além disto, o Android já tem um mercado de aplicações, embora ainda mais pequeno e muito mais caótico do que a loja da Apple.

A CES marcou o aparecimento do Android 3.0, chamado Honeycomb. Para um fabricante de hardware que queira um sistema operativo para tablets, a alternativa é, essencialmente, o Windows 7, da Microsoft (ou o difícil processo de desenvolver um sistema próprio, como fizeram a Apple e a RIM, fabricante dos BlackBerry).

O presidente executivo da Microsoft, Steve Ballmer, esforçou-se no seu discurso de arranque da feira por passar a mensagem de que o Windows é perfeitamente capaz de equipar tablets – e, de facto, surgiram na CES alguns com o Windows instalado. Mas foram os Android que conseguiram os holofotes.

Não é, porém, apenas nos tablets que o Android está a conquistar terreno. Este já é a escolha de eleição para muitos fabricantes de smartphones com ecrã sensível ao toque – um segmento que (notaram já muitas empresas de análise de mercado) será em breve dominado pelo sistema do Google.

Aposta no 3D

Do cinema à televisão, as imagens em três dimensões foram uma das grandes tendências tecnológicas de finais de 2009 e de 2010. E, apesar de os televisores 3D estarem ainda longe de se massificar, marcas de peso – como a Toshiba, Sony, LG e Panasonic – continuam a mostrar novos aparelhos com este género de tecnologia e continuam a tentar impulsionar o conceito.

Contudo, para além do preço, há ainda um outro obstáculo à massificação: ainda são poucos os conteúdos para uma televisão capaz de mostrar imagens em 3D.

O telemóvel como computador pessoal

Uma das grandes surpresas da CES foi o telemóvel Atrix, da Motorola. O aparelho, equipado com Android, é um smartphone topo de gama – mas foi desenhado para ser encaixado numa estrutura com teclado, ecrã e bateria, transformando-se assim num pequeno computador portátil.

Quando encaixado, o telemóvel torna-se o “motor” do dispositivo e é responsável pelo armazenamento de informação e pelo processamento – mas continua a poder receber chamadas e o ecrã divide-se: num dos lados, mostra uma réplica do ecrã do telemóvel e no outro uma série de aplicações ao dispor do utilizador (o que inclui, por exemplo, o browser Firefox).

As especificações técnicas do Atrix aproximam-no também de um pequeno portátil: tem um processador de dois núcleos com 1Ghz e 1Gb de memória RAM (e tem instalado o Android 2.2).

Para além disto, a Motorola vai também vender uma dock que permite ligar o telefone a um ecrã ou televisão, bem como a um rato, teclado ou outros periféricos.

O Atrix (que boa parte da imprensa especializada classificou como o melhor aparelho da feira e que conseguiu o prémio oficial de melhor smartphone da CES) foi já descrito como o exemplo de uma tendência em que o telemóvel passa a ser o computador pessoal, sendo ocasionalmente ligado a um teclado, ecrã maior e outros periféricos que facilitem alguns tipos de tarefa, como a edição mais extensa de documentos ou a escrita de e-mails complexos.

Dizer que os telemóveis são computadores de bolso é uma expressão muito comum – mas só recentemente os utilizadores começaram a usar os telemóveis para substituir, em algumas tarefas, os computadores tradicionais.

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