Quatro activistas cabindas libertados

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Forças especiais angolanas em Cabinda Abdallah Dalsh/Reuters

“Fui libertado. Fomos todos libertados ao mesmo tempo”, disse à agência noticiosa, por telefone, o advogado Francisco Luemba. “Passei 11 meses na prisão. Sinto-me aliviado. A nossa libertação é o resultado da conjugação de muitos esforços, agradeço também aos advogados angolanos”, acrescentou.

Para além de Francisco Luemba foram libertados o antigo vigário Raul Tati, o universitário Belchior Lanso e o ex-polícia José Benjamin Fuça. Os activistas foram detidos na sequência do ataque, em Janeiro deste ano, contra o autocarro que transportava a selecção do Togo que ia participar na Taça Africana das Nações. Nessa acções foram mortos dois elementos da comitiva togolesa e ficou gravemente ferido um guarda-redes

Acusados de possuírem documentos da FLEC, o muito dividido movimento que reclama a autodeterminação de Cabinda, e de se terem encontrado no estrangeiro com dirigentes independentistas, os quatro activistas foram condenados em Agosto a penas entre os três e os seis anos de prisão.

“Foram condenados sem provas pelo tribunal de Cabinda. Penso que o juiz foi guiado pela emoção ou por pressões políticas. Vamos apresentar uma acção especial por danos”, referiu o advogado de Luemba e Lanso.

O procurado geral da de Cabinda, António Nito, disse que os detidos foram libertados “porque a lei sobre crimes contra a segurança do Estado foi revista pelo Parlamento angolano e aplica-se retroactivamente”.

Está a decorrer um processo contra dois outros cabindas que negam a acusação de envolvimento directo na acção contra a selecção do Togo.

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