POSITIVO e NEGATIVO

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FC Porto
O adversário era complicado e o cenário encontrado em Coimbra dificultou ainda mais a tarefa ao FC Porto, mas a equipa de Villas-Boas soube vestir o fato de macaco, apelar ao músculo e às forças e sobreviver a mais um teste complicado.

Golo de Varela
Encontrar aspectos positivos na partida de ontem é missão quase impossível, mas mesmo com tanta água Varela conseguiu dar espectáculo aos 43 minutos ao marcar um grande golo à meia-volta.

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Espectáculo
Há jogos maus por culpa dos intervenientes no espectáculo e há jogos maus porque simplesmente era impossível fazer melhor. Foi o que se passou em Coimbra. No estado em que se encontrava o relvado não se podia pedir mais qualidade aos jogadores.

Este FC Porto também sabe ganhar jogos parecidos com futebol

Foto
Varela festeja à chuva Marcos Borga/Reuters

Foi uma espécie de jogo de futebol o que houve esta noite em Coimbra. A expectativa era muita, o terceiro classificado recebia o líder, mas a partida acabou transformada numa lotaria. Com um relvado a transbordar água por todos os lados e uma bola que ou estava no ar ou flutuava sobre a relva, os jogadores do FC Porto calçaram as barbatanas, vestiram o fato de mergulho e derrotaram a Académica com um grande golo de Varela.

Pela segunda vez consecutiva na Liga, o FC Porto accionava o “alerta amarelo” para uma deslocação. Se a experiência anterior, em Guimarães, tinha terminado no único deslize portista em 2010-11, a viagem a Coimbra era um teste exigente que rapidamente passou a “alerta vermelho” pelo dilúvio que caiu e transformou o jogo em 90 minutos de um “mix” de pólo aquático, luta greco-romana e futebol.

Antes de a partida meter água existiam muitos condimentos a tornar a jogo apetecível: havia o regresso de Villas-Boas à cidade onde deu os primeiros passos de um “ano explosivo”, o reencontro entre Jorge Costa e o FC Porto e a importância de os portistas manterem a distância de sete pontos para o Benfica, antes de receberem o campeão. A importância desse próximo jogo não fez Villas-Boas alterar um milímetro na estratégia e João Moutinho, agora com quatro cartões amarelos, não foi poupado.

Na Académica havia uma vaga para preencher. Com a ausência de Nuno Coelho, a âncora da equipa, Jorge Costa surpreendeu ao lançar Laionel. O problema é que tudo o que havia sido preparado durante a semana por Villas-Boas e Jorge Costa foi por água abaixo mal Duarte Gomes apitou para o início da partida. Com as condições do relvado não havia táctica ou estratégia que resistissem. Restava às duas equipas apelar ao músculo e confiar na sorte.

E foi o que aconteceu. Durante 90 minutos viu-se 22 jogadores a tentarem tirar a bola do contacto com a relva, pontapés para o ar e a tentativa constante de ninguém meter o pé na poça. Construir jogadas com princípio, meio e fim era missão impossível e só através de futebol directo a bola chegava às áreas. E depois, saía tudo aos trambolhões. Foi assim que Diogo Valente falhou aos 11’, Hulk e Falcao aos 20’.

Aos 28’, já depois de Fernando ter saído lesionado, Falcao ainda marcou, mas o golo foi anulado por suposta falta de Hulk. O jogo estava feio, sem qualidade, mas Varela, em cima do intervalo, mostrou que mesmo num jogo parecido com futebol é possível dar espectáculo: aos 43’ rematou de forma espectacular à meia-volta e fez o único golo da partida. Era o jackpot para a equipa de Villas-Boas.

Com a vantagem portista no marcador, o jogo mudou na segunda parte. O FC Porto soube jogar com a cabeça, colocar a Académica longe da área de Helton e foram os “azuis e brancos” que criaram perigo por Hulk (49’ e 66’) e Falcao (58’ e 70’). Aos 74’, Moutinho ainda falhou uma grande penalidade e depois o jogo acabou com os portistas em sofrimento, ao verem um livre de Hugo Morais ser devolvido pela barra já em período de descontos.

Ficha de jogo

Académica, 0


FC Porto, 1


Jogo no Estádio Cidade de CoimbraAssistência
8.103 espectadores

Académica

Peiser 6, Pedro Costa 5 (Pape Sow -, 87’), Berger 6, Orlando 6, Hélder Cabral 5, Diogo Melo 6, 
Hugo Morais 6, Sougou 5, Laionel 5 (Éder 4, 69’), Miguel Fidalgo 5 e Diogo Valente 5 (Júnior Paraíba -, 78’).

Treinador

Jorge Costa

FC Porto

Helton 6, Sapunaru 6, Rolando 6, Maicon 6, Álvaro Pereira 6, Fernando 4 (Guarín 6, 23’), Belluschi 5, Moutinho 6, Hulk 6, Falcao 5 (Rodríguez -, 81’) e Varela 7 (Otamendi 5, 71’).

Treinador

André Villas-Boas

Árbitro

Duarte Gomes 4, de Lisboa.

Amarelos

João Moutinho (38’), Hélder Cabral (73’), Maicon (90’), Helton (90+2’) e Peiser (90+3’).

Golos

0-1, por Varela, aos 42’.

Notícia actualizada às 23h50
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