O curioso caso dos arredondamentos das assistências no Estádio do Dragão

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Quando Varela (o camisola 17) marca o primeiro golo, o número de espectadores termina em 17 Foto: nFactos/Fernando Veludo (arquivo)

Otamendi veste a camisola número 30 do FC Porto. No domingo, o central argentino marcou o primeiro golo da equipa "azul e branca" frente ao Olhanense. Ao intervalo, o clube forneceu o número oficial de espectadores: 35.430. Frente ao Braga, tinha sido Varela (camisola 17) a inaugurar o marcador portista. Número oficial de espectadores: 47.617. Antes, perante o Beira-Mar, tinha sido Falcao (número 9). Número oficial de espectadores: 43.209.

O facto de a estatística oficial da assistência nos jogos realizados no Estádio do Dragão ter a mesma terminação do número da camisola do marcador do primeiro golo não é uma mera coincidência.

Ao que o PÚBLICO apurou, junto de fonte do clube portista, esta "homenagem" ao marcador do golo começou porque apenas as entradas do público em geral são controladas electronicamente.

A este número (a grande maioria) há que somar os espectadores que utilizam os camarotes, cujas entradas não são controladas electronicamente.

Assim, a estimativa do clube é feita para coincidir com o número da camisola do marcador do primeiro golo, sempre que este é apontado na primeira parte.

Algo que acontece desde sempre no Estádio do Dragão. No primeiro jogo oficial, a 7 de Fevereiro de 2004, Maniche (número 18) marcou o primeiro golo e a assistência oficial foi de 46.618.

O PÚBLICO confrontou a Liga com este método de arredondamento e uma fonte oficial respondeu que a instituição "dá como bons" os números recebidos do Dragão, porque são enviados por três entidades: polícia, delegado da Liga e clube. "E são coincidentes", referiu a mesma fonte.

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