A cabeça do Braga em Sevilha e o corpo (sem pontaria) em Setúbal

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Lima tenta rematar perante o olhar de Ney Foto: Hugo Correia/Reuters

O Sporting de Braga entrou em Setúbal a 72 horas do decisivo jogo em Sevilha. E isso notou-se. No futebol praticado, na (falta de) agressividade e até na constituição da equipa. O pensamento na segunda mão do play-off de acesso à Liga dos Campeões, aliado à falta de pontaria dos avançados bracarenses, levou a que a equipa de Domingos Paciência tivesse saído do Bonfim com um empate a zero, curiosamente o mesmo resultado da época passada.

Mesmo sem fazer uma boa exibição, a equipa minhota teve oportunidades mais do que suficientes para derrotar o Vitória de Setúbal. Só que as ambições de segurar a liderança da Liga no final da segunda jornada esbarraram na má pontaria dos avançados e na boa exibição do guarda-redes Diego, a quem Manuel Fernandes deve agradecer o ponto conquistado.

O Vitória foi a equipa do costume desde que Manuel Fernandes se senta no banco. Uma formação muito aguerrida, capaz de compensar com o trabalho a falta de jogadores mais talentosos. O Braga é que não foi o do costume. Domingos Paciência poupou três dos habituais titulares (Rodríguez, Alan e Paulo César), além de não contar com o lesionado Vandinho e de ter deixado no banco o lateral-direito Sílvio, que jogará em Sevilha por castigo de Miguel Garcia.

As lesões dos dois “trincos” do plantel (Madrid e Vandinho) obrigaram Domingos a improvisar. E a opção do técnico passou por uma alteração táctica, com Salino e Luís Aguiar a jogarem quase toda a primeira parte lado a lado no meio-campo. Sem um criativo, o técnico bracarense apostou num ataque reforçado, com Matheus, Lima, Elton e Meyong.

A presença maciça de avançados, no entanto, não trouxe grande rendimento ao Braga. Numa fase inicial, porque criou poucas oportunidades. Depois, porque os atacantes foram incapazes de meter a bola na baliza. Algumas vezes foi o mérito de Diego a evitar o golo, como aconteceu com Lima (22’ e 68’) e Matheus (66’), que viram o guarda-redes sadino tapar a bola.

Noutras ocasiões, porém, foram os avançados a falhar o remate. Lima, por exemplo, surgiu completamente isolado diante de Diego e rematou para as nuvens, mesmo em cima do intervalo. Na segunda parte, Domingos lançou Alan e Paulo César. O Braga aumentou a pressão e o Setúbal limitou-se praticamente a defender, mas a falta de pontaria manteve-se. Matheus também conseguiu aparecer sozinho na área (71’), só que o remate saiu para fora, tal como o cabeceamento de Paulo César quase em cima do minuto 90.

O empate é um prémio para a combatividade do Setúbal, que, em ano de centenário, ainda só conseguiu um triunfo (Nacional, 2-1) em casa. E é também um castigo para o Braga, embora a exibição menos positiva dos minhotos se deva a um bom motivo – o encontro com o Sevilha na próxima terça-feira, em que joga a entrada, pela primeira vez, na Liga dos Campeões.

Depois do triunfo em casa (1-0), 
um nulo como aquele que foi conseguido em Setúbal seria um óptimo resultado no Sánchez Pizjuan. Um jogo que não sai da cabeça de Domingos Paciência. Basta dizer que hoje, minutos depois do fim da partida, os jogadores bracarenses regressaram ao relvado do Bonfim para efectuar um treino.

Notícia actualizada às 22h21
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