Roza Otunbaeva tomou posse como Presidente interina do Quirguistão

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Roza Otunbaeva igualmente as funções de primeira-ministra interina até às eleições legislativas agendadas para Outubro REUTERS

Roza Otunbaeva, que liderou o Quirguistão desde a revolta que depôs o Presidente Kurmanbek Bakiev, em Abril, foi hoje empossada como chefe de Estado interina – tornando-se na primeira mulher em tal cargo em toda a Ásia Central.

Prometendo uma nova era de “respeito rígido pelo Estado de Direito” no país – em convulsão interétnica permanente – Otunbaeva, antiga ministra dos Negócios Estrangeiros, acumula igualmente as funções de primeira-ministra interina até às eleições legislativas agendadas para Outubro.

“Como Presidente, não pouparei esforços para construir uma nova cultura política”, afirmou, instando todos os membros do governo a “trabalharem” para esse propósito. “Esta nova política não pode ser construída em cima de fantasmas e de ilusões. Tem de tornar-se real e efectiva”, precisou, perante o milhar de pessoas que se reuniram numa sala de concertos em Bichkek para assistir à cerimónia de posse.

Antiga embaixadora do Quirguistão no Reino Unido, e muitos anos a representar o país nas Nações Unidas, Otunbaeva, de 59 anos, foi nomeada presidente interina pelo movimento de revolta de Abril – cujos contornos violentos resultaram na morte de 87 pessoas.

No último mês, Otunbaeva e as demais autoridades interinas enfrentaram uma vaga de violência entre a maioria quirguize e a minoria uzbeque, durante a qual se estima terem sido mortas mais de 300 pessoas. Outras 400 mil ficaram deslocadas.

A formal tomada de posse de Otunbaeva como Presidente do Quirguistão resulta da aprovação da nova Constituição, em referendo realizado a 27 de Junho. Nos novos termos constitucionais, ela manter-se-á como chefe de Estado até 2011, quando se realizarão eleições presidenciais, às quais fica impedida de se candidatar. A nova Constituição visa igualmente transformar o regime político do país numa democracia parlamentar, entregando ao Governo e Parlamento muitos dos poderes que até agora estavam nas mãos do Presidente.

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