Participação elevada em referendo no Quirguistão, apesar da violência

Foto
Soldados fazem fila para votar na capital Vladimir Pirogov/REUTERS

A taxa de participação dos eleitores quirguizes no histórico referendo constitucional de hoje foi elevada, apesar dos receios de segurança que persistem depois de meses de instabilidade política e da vaga de violência interétnica que varreu toda a região Sul.

Os dados oficiais da comissão eleitoral apontam para uma participação na ordem dos 43,13 por cento várias horas ainda antes do fecho das urnas, pelas 15h00 locais (10h00 em Portugal).

As agências noticiosas dão conta de muitos quirguizes da etnia uzbeque a deslocarem-se às assembleias de voto, apesar de um apelo dos seus líderes contra fazê-lo, em protesto pelos ataques que dizem ter sido vítimas pela maioria quirguize este mês, de que resultou a norte de 283 pessoas e centenas de milhares de refugiados e deslocados, de acordo com os números oficiais.

A líder do governo interino, Roza Otunbaeva, votou sob um aparato de elevada segurança na cidade de Och, o principal epicentro da vaga de violência entre quirguizes e uzbeques. “O nosso país está à beira de um enorme perigo, mas os resultados deste referendo mostrarão que o país está unido e que o povo é uno. E que se manterá forte, de pé, e seguirá em frente”, afirmou à saída da assembleia de voto.

Este referendo propõe aos eleitores uma reforma da Constituição que retirará poderes ao Presidente para o primeiro-ministro – dando azo à criação da primeira democracia parlamentar de toda a Ásia Central. Abrirá assim caminho para eleições legislativas no Quirguistão em Outubro e a um formal reconhecimento diplomático da legitimidade do actual governo interino, que assumiu o poder após a revolta popular de Abril, que depôs o chefe de Estado, Kurmanbek Bakiev.

Sugerir correcção
Comentar