Azeredo Lopes: “Não é justo dizer que a liberdade de expressão está em crise”

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Para Azeredo Lopes, o principal aspecto condicionante da liberdade dos media é o débil estado de saúde financeira das empresas de media Miguel Manso

O presidente da Entidade Reguladora da Comunicação Social, Azeredo Lopes, afirmou hoje na Assembleia da República que as maiores ameaças à liberdade de imprensa estão na precariedade financeira dos media e no advento das redes sociais mais do que nas pressões governamentais.

Ouvido hoje na Comissão de Ética no âmbito do caso TVI, Azeredo Lopes afirmou: “Liberdade de expressão e liberdade de imprensa não se confndem. Se me perguntam de há liberdade de expressão, infelizmente não vivemos num mundo perfeito, mas não é justo dizer que a liberdade de expressão está em crise”.

Para o responsável o principal aspecto condicionante da liberdade dos media é o débil estado de saúde financeira das empresas de media: “Isto sim é preocupante e pode ter repercussões muito graves. A precariedade dos vínculos laborais e o índice remuneratório dos jornalistas põe em causa a liberdade de imprensa porque implicam com a capacidade de resistência a qualquer tentativa de condicionamento.”

Para além da saúde financeira dos jornais, Azeredo Lopes encara a nova realidade das redes sociais como uma nova ameaça ao jornalismo: “A twitterização é uma ameaça, uma condicionante da liberdade de imprensa”, diz o responsável, arriscando vaticinar que “dentro em breve o jornalismo será dispensável”, embora frisando que a prática jornalística difere do discurso, muitas vezes anónimo, das redes sociais, pelo contrato de confiança que a imprensa ainda oferece ao público.

Notícia corrigida às 16h34
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