Peru reitera apoio à Argentina na disputa sobre as Malvinas

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Kirchner foi a primeira chefe de Estado argentina a visitar o Peru em 16 anos Mariana Bazo/Reuters

O Presidente do Peru, Alan García, manifestou ontem o seu apoio à Argentina na disputa pela soberania das ilhas Malvinas. A homóloga argentina, Cristina Kirchner, está em Lima, num encontro que representa uma maior proximidade na relação conturbada entre os dois países.

Kirchner considerou esta deslocação ao Peru como “uma visita de desagravo institucional e reparação” e reconheceu que a venda de armas da argentina ao Equador, quando em 1995 este país defrontava um conflito fronteiriço como Peru, “lesou profundamente os peruanos”.

Nessa altura a Argentina era presidida por Carlos Menem, e ontem Kirchner sublinhou também que, em 1982, quando Buenos Aires e Londres estavam em guerra pela soberania das Malvinas, a que os britânicos chamam Falklands, o Peru teve “um gesto único na América do Sul, ao pôr à disposição dos argentinos aviões, pilotos e mísseis”, adiantou a AFP.

García, por sua vez, saudou o fim “de um longo período de arrefecimento e de distância” entre Lima e Buenos Aires. E adiantou que, se o Peru apoiou a Argentina “num momento crucial”, continua agora a “apoiar a sua legítima reivindicação de soberania” sobre as Malvinas, que ficam a cerca de 500 quilómetros da costa argentina e foram ocupadas pelo Reino Unido em 1833.

Esta foi a primeira visita feita por um chefe de Estado da Argentina ao Peru em 16 anos. Kirchner foi acompanhada de uma delegação de cinco ministros e cerca de uma centena de empresários e assinou 13 acordos de cooperação.

Antes da visita o embaixador argentino em Lima, Darío Alessandro, referiu-se à questão da venda de armas da Argentina ao Equador e defendeu, citado pelo "El País", ser necessário "um encontro ao mais alto nível para que se volte esta página, sem escamotear ou ignorar o que se passou, mas com uma agenda voltada para o presente e o futuro”.

Para além de considerar a posição argentina sobre as Malvinas uma “justíssima reivindicação”, Alan Garcia apoiou também a intenção de Kirchner de fortalecer a União das Nações Sul-americanas (Unasul), criada em 2008 em Brasília e composta por 12 países com o objectivo de intensificar a coordenação política, económica e social na região e criar uma zona de livre comércio que abranja os países que integram o Mercosul e a Comunidade Andina.

Hoje Kirchner será ainda recebida no Parlamento peruano e na autarquia de Lima antes de regressar à Argentina.

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