Igreja no Bairro Alto à venda por dois milhões de euros

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O Convento dos Inglesinhos, onde está integrada a igreja, sofreu obras e foi transformado num empreendimento de luxo Pedro Cunha

A Igreja de São Pedro e São Paulo, integrada no Convento dos Inglesinhos, no Bairro Alto, em Lisboa, está à venda por dois milhões de euros. O espaço, com uma área útil de 772 metros quadrados, tem licença para receber comércio e serviços e já existem interessados, segundo a imobiliária responsável pela venda.

O espaço foi desactivado em 1976 (três anos após o encerramento do convento e o regresso dos seus habitantes a Inglaterra) e foi adquirido na década de 1990 pela então denominada Amorim Imobiliária, agora Chamartín Imobiliária, que transformou todo o complexo num empreendimento de luxo.

Mais de 30 anos depois de ter sido desafecta ao culto, a igreja está no mercado imobiliário. Possui uma única nave com área de coro, altares laterais, tecto em abóbada e um órgão barroco e ganhou nos últimos anos uma cozinha, aquecimento central, estacionamento e arrecadações. Durante a obra, a antiga igreja foi também alvo de uma requalificação profunda e, tal como os apartamentos, está agora à venda.

Apesar de já não ser fácil encontrar na Internet o anúncio, onde são pedidos dois milhões de euros pelo imóvel, a Chamartín confirmou à Lusa que o imóvel está venda e até tem uma brochura específica, dada a sua exclusividade. “Servirá para comércio e serviços. E tem havido contactos e já houve interessados”, revelou a imobiliária, sublinhando que a fracção está licenciada para o efeito.

A empresa adiantou ainda que teve a “preocupação de consultar e questionar o Patriarcado de Lisboa sobre se estaria interessado na aquisição do espaço para eventual utilização de serviço religioso”, mas a instituição “não se mostrou interessada”.

No ano passado, a possibilidade de venda de uma igreja ainda afecta ao culto gerou polémica em Coimbra. O Conselho Económico da Paróquia de Nossa Senhora de Lurdes queria avançar com a venda para saldar dívidas da construção de um novo templo, quando tinha um acordo com o centro sócio-cultural para ceder o edifício à instituição.

O conselho chegou a convidar empresas a apresentar propostas de alienação, numa base de licitação de 1,250 milhões de euros, mas o negócio não se concretizou.

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