Il Divo

Paolo Sorrentino é um cineasta com queda para o grotesco (conferir também em "Le Consequenze dell''amore") e ao pegar em Giullio Andreotti faz um verdadeiro festim nu. "Il Divo" podia ser um filme sobre as derivas da democracia italiana. Podia, e até se falou muito, quando o filme estreou em Cannes, no ano passado, no regresso do "filme político" italiano.

No que toca a "Il Divo" isso é coisa que sossobra perante o pé pesado de Sorrentino. Isto é um filme sobre o Penguin de Batman - o actor Toni Servillo faz com o seu corpo o que Danny deVito fez para ser Penguin. Não há ideias de política nem, a bem ver, uma política de ideias: acumulam-se factos conhecidos numa amálgama de aventuras de vilões BD. E quem realiza tem mais olhos que barriga.

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