Os regenerados Prodigy e a virtuosa Dave Matthews Band

Foto

Depois dos encontros imediatos de terceiro graus de ontem, o Optimus Alive entra em velocidade de cruzeiro

Ontem houve metal de um lado, comunidade indie do outro ou tudo junto em alegre convívio - as "leggings" e o cabedal, o cabelo escorrido e o penteado cuidadosamente despenteado. Hoje, no Optimus Alive, a história é outra. "Tudo ao molho" e vamos em frente. No palco Optimus, o principal, há Placebo com álbum novo ("Battles For The Sun"), Brian Molko com cabelo também novo e, logo a seguir, os cabeças de cartaz Prodigy, regenerados por um álbum bem recebido, "Invaders Must Die", e pela sensação de que o terrorismo rave que os tornou uma das bandas mais célebres dos anos 90 faz todo o sentido no século XXI.

No mesmo palco, veremos ainda o festim tribal-cósmico dos Blasted Mechanism, a pop britânica dos Kooks, os excessos roqueiros e o bigode "à maneira" dos Eagles Of The Death Metal e, para início de festa, as canções perfeitas para cantarolar e ideais para dançar dos Pontos Negros e seu pope-roque.

O dia, naturalmente, não se esgota ali - a distracção chama-nos de todo o lado e isso, como sabemos, é uma das "maravilhas" dos festivais de Verão. No palco secundário, os Ting Tings, à uma da manhã, concentrarão atenções. "We Started Nothing" foi um dos bons álbuns de 2008 e as canções do duo britânico têm a qualidade trauteável e a sofisticação pop para pôr o pessoal a saltar da forma correcta. Antes dos Ting Tings, os Fischerspooner vêm mostrar, com as canções do novo "Entertainment", se sobreviveram à queda do electroclash, primeiro, e, depois, à megalomania floydiana de "Odyssey", o seu segundo álbum. Ali ao lado, no palco Optimus Discos, apresenta-se o funk acetinado dos Coldfinger e o terramoto rítmico de DJ Ride (do hip hop para o mundo).

Amanhã, no encerramento do Optimus Alive, dia de virtuosismo para as massas. O virtuosismo da Dave Matthews Band, que é idolatrada por milhões, entre os quais todos os membros de todas as bandas de bar de todo o mundo, e que apresentará "Big Whiskey and the GrooGrux King", o primeiro álbum desde 2005. O virtuosismo do vocalista Chris Cornell, ex-Soundgarden e ex-Audioslave, que vem apresentar "Scream", o álbum em que a postura rock surge embrulhada em produções de Timbaland. E, por fim, o virtuosismo dos Black Eyed Peas, menos óbvio, mas que de alguma forma se manifestará - é o que dizem os milhões vendidos mundo fora, é o diz o toque de Midas do produtor will.i.am, que ultrapassou o contexto da sua própria banda. O palco principal abre com Boss AC e, nos restantes, destaque para a pop electrónica da sueca Lykke Li, revelação de 2008 com o álbum "Youth Novels", para a adolescência feita canção indie dos Los Campesinos! e para os X-Wife, autores de "Are You Ready For The Blackout?", um dos melhores discos nacionais de 2008.
Sugerir correcção
Comentar