Conservadores pedem na imprensa que Moussavi e Khatami sejam julgados por traição

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Mousavi cometeu "crimes terríveis", escreveu Hossein Shariatmadari Krishnendu Halder/Reuters

O editor do jornal de linha dura "Kayhan", Hossein Shariatmadari, considerado muito próximo do Supremo Líder, declarou hoje que o candidato presidencial derrotado Mir-Hossein Mousavi e o antigo Presidente Mohammad Khatami cometeram "crimes terríveis", pelos quais deveriam ser julgados.

Num comentário, Shariatmadari sugeriu que Mousavi e os seus partidários nas eleições do mês passado teriam actuado de acordo com instruções recebidas dos Estados Unidos, vistos pelos ayatollahs mais extremistas como "O Grande Satã".

"Documentos e provas indesmentíveis demonstram que esta missão foi dirigida do exterior", escreveu o editorialista, muito próximo do Supremo Líder da República Islâmica do Irão, o ayatollah Ali Khamenei. "Tudo o que disseram e fizeram estava de acordo com instruções anunciadas no passado por entidades norte-americanas."

"Um tribunal aberto, perante os olhos do povo, deveria tratar de todos os terríveis crimes e da clara traição cometidos pelos principais elementos por trás da recente agitação, incluindo Mousavi e Khatami", insistiu Shariatmadari, num claro indício de que estão a subir as pressões sobre os que se queixam de que as eleições foram manipuladas, a favor do Presidente Mahmoud Ahmadinejad.

Enquanto isto, outro jornal de linha dura, o "Javan", noticiou que uma centena de deputados assinaram uma carta a pedir o julgamentos dos responsáveis pelos "motins pós-eleitorais".

Personalidades reformistas detidas desde as presidenciais de 12 de Junho têm vindo a ser acusadas de atentar contra a segurança nacional, tendo o mesmo acontecido com o jornalista irano-canadiano Maziar Bahari, que trabalha para a revista norte-americana "Newsweek", e com um empregado local da embaixada britânica, Hossein Rassam.

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